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Poesias-->Brutus, Filho Meu! -- 14/11/2008 - 18:37 (Fernando Werneck Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Afastem-se de mim - Cassius, Cinna e Metellus -

Mais que desprezíveis vilãos, seus covardes!

Contra vocês, que não merecem a glória de terem executado César,

Lutarei ferozmente - como um leão.



Diante, porém, de Brutus,

Comportar-me-ei qual uma ovelha, idiota,

Feliz de ser sacrificada.

Feliz de morrer por uma adaga tão virtuosa.



Já tendo atravesssado o rio que separa a vida da morte,

Sinto-me agora livre da promessa feita a Servília –

Sua mãe e minha não tão secreta amante de tempos passados.

Livre para afinal usufruir a alegria de chamá-lo

Brutus, meu filho – meu filho de verdade!



Somente os deuses conhecem a minha dor,

A de não poder proclamar a toda Roma a minha paternidade

E viver, por isso, no inferno de ser um pai sem filho.



Mas, agora um puro espírito,

Posso tudo enxergar em toda parte,

E despedaça o meu coração descobrir

Que breve você irá me encontrar, meu filho,

Porque o Império deve padecer uma muito sangrenta guerra civil,

Antes que os cidadãos romanos aceitem a minha própria morte.

De César – um tirano talvez, mas também o seu verdadeiro criador.



Que seja eu sedento de poder, isso não posso negar,

Mas o poder em si realmente era inútil para meus verdadeiros fins.

O que você precisa entender agora,

E Cassius o percebeu muito antes,



É que sempre fui um jogador, um bom jogador talvez,

Mas nunca tão forte e determinado como se supôs.

Essa máscara, achei conveniente usá-la,

Tal que, no meu amor pelo povo romano –

Justo igual ao seu, Brutus –,

Deixo-lhe a mais preciosa dádiva:

Você, Brutus, um homem – não, um herói! - muito mais grandioso

Que eu em todos os aspectos.



Assim, ainda que dessa maneira dissimulada,

Fui verdadeiro para com você.

Mas a minha criatura provou ser boa demais para este mundo -

Que não o merece!

E, de fato, não conseguirá suportá-lo por muito tempo.

Porque tanta virtude é perigosa:

Porque pode ela conduzir ao crime.

A este sangrento crime perpetrado contra mim - seu próprio pai.



Isso, porém, estou pronto para perdoar-lhe.

Entretanto, nesta minha nova forma e capacidade,

Existe algo que não consigo entender:

Como você foi tão cego

A ponto de não perceber a sua aparência tão semelhante à minha?



Onde o espelho do seu quarto, Brutus?

Certo, não é tão fácil distinguir com clareza o próprio perfil.

Mas e as suas mãos – as minhas mãos, Brutus?

As mãos que tão afetuosamente

Centena de vezes acariciou a sua face!



Mas, meu querido, você cometeu uma falta trágica.

Brutus, você acabou acreditando nos seus raros méritos,

Na sua quase sobre-humana virtude.

E isso, Brutus, os deuses não aceitam.

Eles não admitem rival,

Um que lute para tornar-se um seu igual!



Por isso, decidiram puni-lo.

Você terá de ser destruído!

Não por uma mão estrangeira ou desprezível,

Não por uma vulgar doença fisica,

Mas honradamente – pelo seu próprio braço,

Porque outro mais nobre não pode ser encontrado

Em parte alguma deste Império!



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