Pensei na palavra de origem tupi-guarani, nome de uma rádio paranaense. Por que teria pensado nela? Encontrei parcialmente a resposta num site eco-místico.
Segundo o site lobosdanoite.com.br, "faz parte da mitologia sulina do Brasil originada das tradições indígenas. Paiquerê é uma espécie de paraíso, que possuí campos lindos com rios límpidos que correm em vales verdes com árvores frutíferas. Neste local vive o Lobo-Guará que tem a pelagem cor de ouro e que brilha ao sol, bem como Araras Maracanãs que colorem a paisagem".
Por que meu pensamento teria desligado por um instante do texto sobre Karl Marx que preciso trabalhar ainda hoje?
O socialismo utópico não serve para aliviar a tensão dos dias modernos, então a mente conduz ao Paiquerê, ao Valhala, aos Campos Elísios, aos montes parnasianos onde o amor se encontra em sua plenitude.
Utopias sem reis e rainhas, apenas homens e mulheres se amando loucamente sem ter que dar satisfações aos valores judaico-cristãos que amarraram no papel seres tão independentes, sem costelas, apenas constelações.
Um ar gelado de ar condicionado diz que o homem fracassa mais uma vez ao imitar a natureza condicionando o corpo ao sopro tecnológico. O torpor da máquina querendo imitar Paiquerê.
Uma mulher bonita passa e faz um gracejo...límpidos pensamentos correm atrás de seus passos buscando um amor sem compromisso, bacante, dionisíaco, embevecido nos lànguidos beijos da fêmea passante...
Paiquerê lembra liberdade, viagem sem rumo, terra da fartura de liberdade, onde os lobos-guarás substituem os homens-lobo, livres de sua licantropia avassaladora.
Paiquerê lembra a liberdade que acaba dentro da consciência estilizada do cidadão escravo das convenções. A mulher que passa merece mais um pensamento pelo menos.
Os verde vales estão lá, esperando a presença dos ausentes materiais, desprovidos dos espíritos elevados pela abstração da fuga...Paiquerê.
