Lembram do modernismo? Dizem por aí que os caras queriam "... arejar o quadro mental de nossa "intelligentsia", queriam pôr fim ao ranço beletrista, à postura verborrágica e à mania de falar difícil e não dizer nada." Isso, que eles queriam lá em 1922, ainda se aplica com relação à "ignorantsia" daqui da usina.
Só que o modernismo tinha lá suas diferenças, tanto de ordem política e ideológica, quanto estética. O movimento apresentava duas correntes, uma conservadora e totalitária, e outra mais crítica e dissonante, interessada em demolir os mitos ufanistas, em escrever em uma linguagem moderna, coloquial, aproveitando o arsenal estilístico e estético das inovações das vanguardas européias (futurismo, dadaísmo, expressionismo, surrealismo).
A corrente de Oswald de Andradade se delineia em 1924, com a publicação de seu Manifesto Pau-Brasil. A ela opõem-se os Verde-amarelistas, conservadores, xenófobos. Com a politização do modernismo, o Verde-amarelismo transforma-se em Anta, e o Pau-Brasil deságua no movimento antropofágico, posteriormente retomado nos anos 60, principalmente pelas músicas tropicalistas.
Hoje, todos podem regojizar-se, pois inspirado em tudo isso, não numas porcariazinhas de umas cabecinhas bobinhas, surge o MOVIMENTO PAULO-BRASIL, que com um pé no dadaísmo e na linguagem dos fanzines prega uma revolução literária.
O negócio é o seguinte: cada um escreve como quiser, independentemente de fazer sentido ou não.
Palavrões são sempre bem vindos, devendo ser utilizados sempre que aprouver. Regra básica: o importante é falar, quem vai achar o sentido é o interlocutor mesmo...
À partir de agora, tudo é uma festa! |