você que começou a ler este texto,
movido pela curiosidade do título,
com a única intenção,
de conferir mais um poema,
eu sinto desapontá-lo,
talvez você esteja perdendo
o seu precioso tempo,
pois aqui você não vai encontrar,
versos perfeitos, rimas raras,
solidão, sonhos, encantos,
ou quem sabe, desencantos,
sentimentos represados,
ou outras tantas coisas tais !
eu já nem sei falar de amor,
(outrora falei demais !!!)
mas se desamor é o seu caso,
eu posso lhe assegurar,
que mais dia-menos-dia,
isso tudo vai passar !
eu sei, deve estar doendo,
mas tudo na vida passa,
feito piada sem graça,
que a gente conhece, e ri!
acredite, eu nem me lembro,
que ali naquela mesa,
do bar da esquina, (tristeza)
a gente sentava alegre,
jogava conversa fora,
se olhava dentro dos olhos,
a adrenalina subia,
aquele tesão pelos poros,
e a gente se beijava,
e a gente se aquecia,
pra mais um jogo do amor !
é, eu já nem me lembro mais !
e aquele orelhão da esquina,
em que eu pra ela ligava,
(celular é uma praga,
só funciona quando quer!)
sempre as oito da manhã,
continua lá, parado feito um poste !
também é sem querer que eu paro,
naquele ponto de onibus,
em que ela sempre descia,
e caminhava ao meu encontro,
trazendo um sorriso de sol,
e um par de olhos de estrelas !
e também é sem querer,
que o pranto insiste em rolar,
(maldita poluição !)
e não vá você pensar,
que é recolhida paixão
que a minha alma invade,
maltrantando o coração,
sem compaixão ou piedade,
tudo já ficou pra trás !
acredite, é verdade,
eu já nem me lembro mais !
antonio carlos de paula
poeta e compositor
|
