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cronicas-->Adeus, Brancão! -- 21/04/2005 - 10:41 (Julio César Amorim de Oliveira Mulatinho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje. Estou me preparando para fazer compras. Habitualmente faço-as na noite de quinta-feira, mas o banco está tão estafante que não consegui nem na quinta nem na sexta. Então hoje, sábado, meio-dia, muito calor. Engato a ré, aos poucos libero a embreagem ao passo que na mesma medida piso no acelerador. De repente, sinto que toquei em algo, não foi com muita força, mas ouço um som preocupante. Saio do carro e uns três metros adiante está um de meus gatos, caído, sem vida. Sim, tenho que me acostumar com a idéia, matei um gato. Era o Brancão, um agregado: ele não faz parte da ninhada de sete gatos que minha saudosa gata legou a esta família. Foi aparecendo aos poucos, para filar a ração, os outros gatos reclamavam, eu mesmo tentava expulsá-lo, mas aos poucos foi ficando, dormindo no sofá, conhecendo os cantos da casa, até que decidi adotá-lo. E agora matei-o.

Ele estava aqui por que queria. Havia nos escolhido. Nada sei de seu passado, não sei se tinha casa, mas suspeito que sim, porque era um gato que parecia que se alimentava regularmente, já chegou gordinho. Talvez tivesse fugido por ser maltratado e em busca de um novo lar encontrara esta bizarra casa com sete gatos. Ora, uma casa com sete gatos bonitos, gordos e felizes devia ser uma casa com pessoas que não maltratavam gatos! E assim ficou e me afeiçoei a ele tanto quanto sou afeiçoado aos outros.

Ele depositou em mim e na Arlene sua confiança, seu amor. Era um gato calmo, elegante. Às vezes, ao tentarmos empurrar o carrinho do Marco António descobríamos que ele estava parado - agora eu sei que isso era um mal presságio - em frente ao pneu do carrinho, impedindo sua movimentação. Não se mexia. Tínhamos que empurrá-lo. Pois bem, sinto que não honrei esta confiança, que o traí. Pelo fato de ter vomitado um pouco de ração, creio que ele estivesse deitado com a barriga virada para meu pneu traseiro esquerdo. Não se preocupou com a aproximação. Depois, ainda arrancou forças para afastar-se rapidamente por uns três metros e morreu quase imediatamente. Tristeza. Indescritível tristeza. E não venham me dizer que era "apenas" um gato. Por que não era. Era mais. Todos eles são muito mais do que isso.
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