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Artigos-->Sobre a verdade -- 22/11/2002 - 10:22 (Iisha daas Prabhu) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ele trabalhava em uma estação de trem numa cidade de porte médio, na Índia.

A religiosidade habitava seu coração desde criança, coisa que é praticamente inata em todos seus Patrícios, não professava porém nenhuma religião específica.

Era bem situado na vida, pois sempre fora econômico, e o emprego que exercia lhe proporcionava uma renda muito além da maioria conseguida por seus concidadãos.



Estava na meia idade quando começou a interessar-se mais profundamente por coisas do espírito, e estava lendo tudo que podia a respeito, e sua alma mesmo silente, estava sofrendo uma transformação.



Certo dia, desembarcou do trem um grande Sadhu, era um Sanyasin, envergava seu traje simples de algodão açafroado, e levava na sua mão direita a Dãnda.

Seguia-o um discípulo que carregava seu único bem, uma pequena moringa de alpaca com água. Uma multidão o cercava.

De repente, tocado por um desejo intimo, o nosso homem aproximou-se, e após o cumprimento de praxe, pediu: Maharaj; dê-me uma diretriz que possa mudar minha vida, e a seguirei. O velho Santo o olhou profundamente nos olhos e perguntou: Terás mesmo força para seguir uma única injunção que te darei? .....-Seguirei sim Maharaj, falou o homem. Lendo a determinação em seu olhar, O Velho sábio disse-lhe:

Deves saber que cinco são as injunções que seguimos, só uma porém te prescrevo, Sathya, não mentir. De hoje em diante não deverás mentir sobre nada, nem sob nenhuma circunstancia. E se foi a largos passos, seguido por diversas pessoas, e por seu discípulo.



Ora, naquela estação existia uma grande cadeia de corrupção e desvio de cargas e valores. Do esquema participavam todos os funcionários, de todos os escalões, exceto o nosso homem, que apesar de convidado para ela, sempre havia declinado educadamente.

Porém fazia vistas grossas, embora jamais houvesse recebido dela uma única rúpia.



Talvez por uma armação do próprio destino, chegou por aqueles dias, da capital, uma comissão federal de investigação, que entre outras coisas ali faria profunda auditoria.



Preso ao seu recente voto, e decidido a cumpri-lo, nosso homem ao ser interrogado contou tudo o que sabia. Foi um caos. Ele porém foi vitima da sua própria honestidade, pois como todos os outros eram da organização, depuseram contra ele, corromperam alguns com dinheiro. ......resumindo ele foi o único acusado, foi condenado, exonerado, teve seus bens seqüestrados e foi para a cadeia. Seus filhos ficaram contra ele,envergonhados pela pressão feita pelos amigos, e a esposa o abandonou, nunca indo sequer visitá-lo na cadeia.



Passaram-se dois anos e ele foi libertado. Saiu com sua miséria, e após muito caminhar abrigou-se sob uma figueira, e ali ficou residindo, sobrevivendo do que lhe provia a caridade pública. Os meses se passaram sem que tivesse noticias da família. Um dia, de repente, aparece em sua frente toda ela. Traziam roupas limpas e novas, a esposa e as filhas choravam ante sua miséria, e os filhos imploravam que voltasse. O homem porém, desconfiado de tão brusca mudança de atitude que atingia a todos aqueles que o haviam abandonado a própria sorte. Disse que não voltaria.

A cena repetiu-se por vários dias sempre com a mesma resposta da sua parte.

Vendo que não conseguiriam êxito, foram obrigados a confessar a causa de tão grande mudança. Um tio dele, muito rico, em Dheli, havia falecido e ele era o único herdeiro.

Haviam sido notificados, porém só com sua assinatura entrariam em posse dos bens.



O homem sorriu e disse: tragam os papéis e um tabelião que os assinarei, entrem de posse e usufruam a herança, eu nada desejo.

-Mas o que pretende fazer nesta miséria?

Ele respondeu: Já sei o que acontece a um homem que não mente por quase três anos, pretendo descobrir o que acontece a quem passa o resto da vida sem fazê-lo.







Iisha Daas Prabhu

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