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Contos-->O criador de galinhas -- 18/03/2008 - 13:31 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O criador de galinhas

Fernando Zocca

Luisa Fernanda a mocréia balofa, do alto dos seus 1,82m, falando grosso com a menina - sua sobrinha - que brincava na soleira da porta, percebeu naquele momento, que o vizinho palmeirense arroxeado, entrou no banho.
Como a enxerida sabia quase tudo o que acontecia na casa ao lado, por causa dos ruídos que aprendera a identificar, achou que um fundo musical ameno, embalaria mais aquela sessão de banho, que com certeza, duraria no mínimo uns 60 minutos.
A grandalhona esperou, com paciência, ouvir o fechar da torneira, saindo então à rua, indo buscar a tia mais velha.
As duas voltaram e, predispostas a fofocarem sobre as percepções "supersensoriais" sentaram-se murmurantes defronte a TV sintonizada no mesmo programa do desavisado.
Luísa Fernanda desejando mesmo "trancar" aquele que teria sido um "algoz" na sua vida pretérita, convenceu aquele que com ela fornicava, que exercesse a mesma atividade de um irmão do palmeirense.
Foi quando então que o fornicador empregou-se como frentista num posto de gasolina. Assim ele teria informações, mesmo que pela forma indireta, sobre o maluco que criava galinhas na sacada do apartamento.
Os vizinhos do palmeirense roxo interagiam também com os vizinhos do local onde ele trabalhava. Era mais um caso da seita maligna do pavão-pirado agindo contra um único sujeito.
Talvez por ser ele pobre, não vestir-se como achavam os loucos dever ele vestir-se, ou por não participar das rodas de embriaguês, via-se o tal agora isolado, sem ter mesmo a quem recorrer contra a opressão daqueles malucos endinheirados.
Pois não é que, numa ocasião, quando subia as escadas do seu apartamento, alugado com sacrifício, naquele já longínquo dezembro, depois de escorregar no chão encerado com excesso, levou o maior tombo, batendo com o bumbum no degrau?
O pobre homem tinha outra alternativa, para usar em sua defesa, contra o assédio do enxame de loucos, que não fosse a de criar galinhas na sua sacada, embosteando, por vingança todo o local?
Haviam-no já constituído em mora. Sabiam os malucos unidos (julgavam jamais serem vencidos) que pela penúria material, causada por um cerco implacável, fariam o isolado mudar-se, com toda sua figura paupérrima, para bem longe.
O conjunto de doidos não conversava. Tímidos por natureza e analfabetos por azar, não conseguiam comunicar-se com quem desejavam agora excluir.
A seita maligna do pavão-pirado tentava explicar sua incapacidade para o diálogo, dizendo que o tal isolado era mesmo muito louco, sem chances de qualquer conversação.
Na verdade o grupo de malucos queria mesmo que o tal morresse de infarto do miocárdio para dizerem depois, a todos aqueles que já não criam mais nas suas balelas manipulativas: "Olha, está vendo?, Deus castigou... ele morreu..."
A seita maligna do pavão-pirado carecia de um corretivo.

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