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Contos-->ÔNIBUS LOTADO II -- 21/03/2001 - 12:09 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um certo passageiro penetra num ônibus que já passara lotado... De repente, alguém que estava próximo a ele, dá o sinal ainda assentado para descer no ponto seguinte. Ele estava cansado e suado devido o calor; vestia roupa esporte; tinha cabelos castanhos, longos e cacheados; sua pele morena reluzia ao sol da tarde; seus olhos castanhos brilhavam como uma jabuticaba opulenta; seu corpo magro não chamava a atenção das mulheres saradas. Mas, possuía um glamour diferente e especial o que atraía as figuras mais exóticas.


Voltemos à cena lúdica no passear de olhos, mãos e corpos no interior daquele ônibus lotado. A cada minuto mais passageiros entravam; ficava difícil a locomoção ali dentro. O trânsito estava terrível e nenhum carro se movia; se o calor era intenso lá fora, imagine ali dentro. Os homens sumiam atrás das mulheres tal qual o sol na copa das árvores; era impossível evitar os contatos imediatos de primeiro, segundo, terceiro e baixo grau. Mas, voltemos àquele solitário passageiro; rodado em quilômetros e fetiches mas que estava quieto sentado próximo à roleta. Ele tinha um olhar misterioso, parecia sair de si e viajar no tempo e no espaço, mesmo na falta de espaço de um coletivo. Porém, ele já se sentia incomodado com o calor e morosidade da viagem, e foi neste instante, entre suas contorções que o fazia jogar os longos cabelos para o lado que, ele a viu... Ela chegou sorrateira, mas logo foi empurrada para o único cantinho vago que era próximo dele. Ele sempre fora gentil, então se ofereceu para levar seus pertences; pegou as sacolas, pasta e bolsa. Ele fora de uma gentileza que ela, prontamente, lhe entregou os seus objetos e parecia toda solicita a lhe entregar mais qualquer coisa que aquele gentil cavalheiro quisesse; via-se isto no olhar zaino que ela dispensou a ele.O ônibus pouco se movia, mas aquele corpo feminino se aproximava cada vez mais para perto dele; o empurra-empurra no ônibus fazia com que ela se esfregasse nele à sua revelia e, aquele homem suave feito uma garrafa de cerveja gelada, que aliás, era tudo que ele queria além dela. No ato de segurar os pertences da moça, os seus abraços adentraram no vão da saia dela que, pousou feito uma mariposa no sob parte do seu tórax. Naquele instante, ele se lembrou daquele outro ônibus, o vazio, e daquelas pernas iluminada pelos deuses e pelo rei-sol. Não poderia ser real; eram as mesmas pernas; eram as mesmas panturrilhas sabor castanha de caju; eram os mesmos joelhos marfim.


A lembrança daquela manhã se tornou presente, lembrou-se que fora ao paraíso sem sair do caiçara; lembrou-se do desejo e o teve multiplicado a números imprecisos. Veio-lhe a lembrança do alto teor de tesão e da falta de coragem para satisfazê-lo em toda sua plenitude.


Desta vez não hesitou. Deixou o balançar meio que vagaroso do ônibus conduzir a sua invasora mão. No roçar das coxas da gentil dama, tomou posse do seu regalo. Sentiu o arrepiar dos seus pêlos, aliás, que pêlos! Pareciam fios de platina ou ovos; ela parecia se contorcer mesmo na falta de movimento do ônibus. Olhos curiosos pareciam filmar aquela cena para Glauber Rocha ou Nelson Rodrigues. Bernard Shaw se vislumbraria com aquela dança sem movimentos, mas tão bem sincronizada e ritmada, mesmo sem musica audível. Ele, aquele gentil cavalheiro, podia sentir uma ligeira umidade invadir aquelas pernas da sua doce gazela que, corria loucamente atrás do seu cervo-mão; podia sentir o cheiro da fruta madura pronta para ser colhida ao pé; sentia os poros de sua tez se abrirem e em beijos expeliam líquidos por todo o corpo. No tatear discreto de ágeis dedos de pianista ele seguia a trilha da mina do prazer. E, como ela assimilava cada sutil e delicado toque em movimento anti-horário. Ele parecia exercitar a visão dos cegos por aquele corpo que se comunicara tão bem com sua mão de escultor. Ela parecia mais afoita e, passou a roçar nos dedos dele a sua suculenta fruta, até então, escondida entre os galhos em pernas que, roçavam também no ombro dele que correspondia de forma espontânea. Ele perdeu o medo e o falso pudor; o seu rosto suado já não escondia a excitação. Os olhares se tornaram uma constante; ele expressara todo o seu desejo, enquanto ela já não conseguia esconder o seu momentâneo prazer e orgasmos silenciosos. Ela pensava: ... - que pena eu não poder gemer em alto e bom som para externar o intenso gozo dessas leves carícias e o incontido prazer contínuo que abrigara todo o meu corpo. Ele se punha calado com os seus pensamentos, pois senão poderia cometer um desatino e penetra-la, ali mesmo, naquele meio banco que dividia com outra moça que passara desapercebida ao seu olhar de homem. Mas, como hábil cocheiro sem chicotes, conduzia sua dama que parecia louca para descer da charrete e, len-ta-men-te...; loucaaaa; alucinaaaadaaaa; tesada e preparada para trepar o garanhão em pêlo; ela queria morder orelhas e chorar em soluços, desvairados e desejosos de volúpia e força para jorrar seus líquidos represados. Ele, não muito distante disto, imaginava, enquanto tateava e alternava com gentis toques e apertos abruptos com a sua mão nas coxas febris e encharcadas de uma mistura de suor e mel; não demorou muito e ele passou a alisar pelo vão da calcinha; já ganhara território e imaginara a cor avermelhada da sua fruta toda amassadinha de tesão. E, ela parecia querer que ele abrisse seu pêssego e experimentasse da sua calda aquela altura já cristalizada; e queria ser penetrada e tocada ao mesmo tempo, além de lambida e chupada e, de prazer, lambuzada. Ele correspondia com movimentos alternados; tocava o púbis, e lábios, e vulva, e clitóris e... Todavia, só podia imaginar como seria gostoso poder se lambuzar chupando bem devagarinho aquela apetitosa fruta divinal; imaginava morder a semente e passear com a língua; imaginava lambendo a casca; se deliciando com o bagaço fonte de energia, para aproveitar do banquete cantando em falsete, enquanto ela já ouvia tangos, boleros e musica clássica... o ônibus já não parecia lotado para eles, parecia um deserto naquele vão momento; poderia chegar ao céu que eles não se dariam conta... A vontade era tamanha, assim como a falta de sentidos, pois eles flutuavam e quando caíram em si nenhum deles conseguia se mover. Ele estava apertado, espremido e esmagado por ela que, além de ter também uma fruta tropical já madura, pronta para ser devorada por ela, não podia mais esconder de todos o seu desejo; era impossível camuflar alguma coisa dentro da sua calça de algodão. Então, ela olhou para baixo e viu aquele mastro. Já não poderia se conter sozinha, ali, diante daquele símbolo fálico, escondido entre embrulhos e saia de cetim que ornava o colo dele; queria pedir socorro, vendo aquele monte já doida para escalar tal pico. Mas, por um momento foi racional e virou-se em outra direção no balanço do lotação.


O desejo ficou afixado nas janelas embaçadas daquele ônibus para a gentil dama passageira sem destino e/ou itinerário. Sobraram os endereços imaginários daqueles amantes solitários, para, quem sabe, numa nova viagem; um próximo ponto de parada; até o ponto final para chegarem aos finalmente ... Mas, antes é preciso dispensar o motorista, o trocador e os outros passageiros para deixar reservados apenas dois lugares e muitas viagens serem feitas em ônibus lotado de tesão, ou ainda, quem sabe, deixar rolar uma inesquecível viagem com outras passageiras ensaiar uma dança a três, a quatro ou a seis mãos e pernas...



(© Eustáquio Braga – Thackyn)

http://www.fjp.gov.br/thackyn


THA©KYN

20/01/2001
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