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Artigos-->OS COMANDOS PARAGRAMATICAIS NA SOCIEDADE -- 24/11/2002 - 04:15 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
OS COMANDOS PARAGRAMATICAIS NA SOCIEDADE



(Eustáquio Mário Ribeiro Braga e Michelle Guerra da Silva Teixeira – Estudantes do 4º período do curso de Letras – turma LN4)





Quando nos propomos a abordar um tema tão complexo como a função dos comandos paragramaticais (CP) na sociedade, nos deparamos com uma série de indagações: O que é comando paragramatical? Qual o seu papel na sociedade?



Bem, as respostas para essas perguntas, só serão possíveis se enveredarmos no estudo de um determinado comando paragramatical. Não obstante, é imperativo conceituar os CP antes de aprofundarmos na análise do papel deles na sociedade, que automaticamente remete-nos ao seu pretenso papel.



Os CP, são na sua forma “clássica” livros destinados ao público em geral, escritos por autoproclamados “defensores da língua portuguesa” que investem contra os “erros comuns”, a invasão de “estrangeirismos”, a ruína do idioma de “Camões”, a pobreza da língua da atual geração e outros supostos males igualmente graves. Na sua forma mais moderna, os CP servem tanto dos meios de comunicação mais difundidos ao longo do século XX. Exemplo: jornais, revistas, rádio, televisão, telefone, CD-rom e internet. Para o sociolingüísta, os CP têm, utilidade prática permitir que os pesquisadores detectem os principais fenômenos de mudança que estão se processando atualmente na língua. Fazendo o levantamento dos “erros comuns” mais censurados pelos normativistas, chega-se com boa probabilidade de acerto ao reconhecimento das formas em mutação mais evidente e aos processos de gramatização em curso.



“Qual é a variedade de língua prescrita pelos comandos paragramaticais? Falar de variedade, na perspectiva dos CP, é algo sem cabimento, pois o que eles prescrevem (ou “defendem”, ou “promovem”, ou “divulgam”) é A língua portuguesa, única digna de usar esse rótulo, de ostentar o determinante NOSSA. Nessa perspectiva, “variedades” seria simplesmente um eufemismo para os “erros” que, de tão difundidos, correm o risco de comprometer a existência do idioma.”

(BAGNO Marcos; “Dramática da língua portuguesa”; Loyola, 2001)





Agora começaremos construir o texto, a partir do CP eleito para aprofundarmos o estudo, que foi o programa “Nossa Língua Portuguesa”, de Pasquale Cipro Neto transmitido pela TV Cultura. Esse tipo de programa invade a nossa casa e tenta inculcar em nossa mente um padrão lingüístico imposto pela sociedade, o dito padrão formal culto. Todavia, o padrão formal eleito é o determinado pela escrita. Não se levam em conta as variações lingüísticas encontradas na fala. A análise é feita utilizando letras de músicas que apresentam alguma forma inadequada em relação ao padrão formal para a escrita. Também não se leva em conta a oralidade, a musicalidade, o ritmo ou melodia da letra musical. A análise é feita para deixar evidente os chamados “erros gramaticais” cometidos pelos compositores. Erros esses em relação ao padrão formal culto para a escrita. O apresentador insiste em aconselhar que se deve ter o devido cuidado, na produção textual, para não incorrer em repetir os mesmos erros cometidos pelos compositores. Ele, nas suas inserções, sempre quando analisa uma oração, diz que a forma inadequada apontada por ele, pode ser usada em uma situação informal, ou seja no uso diário, mas que quando utilizada numa situação formal, deve ser usada a forma correta. Ele justifica que, as formas inadequadas feitas pelo compositor, nada mais são que licenças poéticas ou liberdade poética que só são cabíveis neste gênero textual. Não obstante, ele não leva em conta a diferença do texto oral para o escrito. Muito menos aborda o assunto numa análise mais profunda se embrenhando pelos vastos caminhos que devem ser percorridos no campo da lingüística.



Percebe-se claramente qual a ideologia que está por trás desses CP e, no caso desses programas televisivos, existem outros interesses que extrapolam os fins didáticos aos quais eles julgam prestigiar. Ocorre, que a mídia televisiva pende a atender, tão e somente, a interesses comerciais. Logo, o objetivo principal da mídia é o de formar cidadãos consumidores, que são pessoas capazes de entender a linguagem comercial da mídia, pois quanto mais bem informado seja o indivíduo e domine a sua língua, melhor entenderá as mensagens que lhes são repassadas. Bem, mas isto faz parte de um outro tema que não cabe aqui neste estudo, pois senão teríamos que embrenhar, também, para o campo da comunicação de massa que, aliás, poderia render bons frutos para os articulistas de plantão.



Podemos concluir, que muitos são os comandos paragramaticais tentam inculcar em nossas mentes uma forma correta e outra errada no uso da nossa língua. É evidente também a identificação da qual perspectiva lingüística privilegiada por esses comandos, pois quando existe a valorização de um padrão em detrimento de outros, observamos a visão dicotômica dos seus apresentadores. Essa visão está ligada ao conflito estabelecido na análise apresentada por eles, pois a dicotomia está na análise do certo X errado, do padrão formal culto X o padrão informal (não culto), ou escrita X fala, uso X uso popular, etc..



Mas, para haver um equilíbrio, é preciso pesquisar mais quando nos propusermos analisar um texto. É preciso entender que para afirmar que um texto está certo ou errado, deve levar em consideração vários fatores e, um dos principais, é o gênero e a situação de uso para depois estabelecer os critérios cabíveis a cada situação. É imperativo lembrar que a linguagem tem suas formas: oral (formal e informal), escrita (formal e informal), e cada texto deve ser analisado separadamente em suas respectivas situações de uso.





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



BAGNO Marcos; “Dramática da língua portuguesa”; Loyola, 2001



Site Nossa Língua Portuguesa: http://www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/index.htm



No ar desde agosto de 1994, o programa trata, sem preciosismos, das dificuldades lingüísticas que enfrentamos ao falar o nosso idioma.O prof. Pasquale Cipro Neto examina filmes publicitários, letras de músicas, poemas, HQ, depoimentos de personalidades e populares, artigos da imprensa, programas de TV e o que mais seja de nossa expressão lingüística.Consulte aqui a íntegra dos módulos, organizados segundo critérios da gramática.



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