Geralmente damos muito valor à s coisas que não temos e aos nossos objetivos, o que queremos ter.
Quase sempre passamos a vida em busca de algo que só enaltecemos por se querer possuir.
Mas esquecemos de valorizar às coisas que temos, e ao momento presente, bem como ao que se passou em nossas vidas.
Atualmente percebo que devemos dar valor também a cada instante da nossa celere vida, pois nada vale mais do que nós mesmos. Nada vale mais do que à s pessoas que nos gostam por aquilo que somos.
Hoje eu me pergunto qual o valor de minha infància que se foi no tempo, o que eu não pagaria para viver um único dia de menino, de poder correr com a camisa ao vento, junto com outros meninos, sentindo a liberdade no rosto.
Qual seria o valor de se ter mais uma tarde daquelas em que minha mãe chegava do trabalho, com uma caixa cheia de doces para mim.
Queria poder ver novamente meu avó chegar, cansado do trabalho árduo, com sua barba ruiva e ligeiramente embriago, mas com o humor da leveza da vida, ou ainda, ver minha avó brigar com as vizinhas por qualquer motivo sem importància.
Quanto valeria um único dia de escola, de ver novamente minha querida professora Ana Augusta da 4ª série, ensinar uma lição e me beijar após a aula, chamá-la de tia era pouco, ela era muito mais do que tia.
Nada disso voltará, são coisas simples, mas inesquecíveis, que dinheiro algum pode comprar. Não se pode pagar pela vida, nem pela sua essência, sejam elas quais forem. Resta-me, no entanto, a lembrança e a certeza de passei por tudo aquilo.
Agora em que a maioria das pessoas de minha época de criança já se foram definitivamente ou apenas estão ausentes, em que o tempo e a distància de certa forma me isolaram, não posso dar valor apenas à s coisas que desejo, mas também a tudo o que eu vivi e à s pessoas que estão eternizadas em meu coração, pois o futuro é incerto. Não sei para onde vou, nem quanto tempo eu tenho, mas sei de onde venho, o que eu fui e o que sou. Agora eu compreendo o que é a verdadeira felicidade.
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