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Textos_Religiosos-->Chamado da Santa Sé ante mudança climática -- 26/09/2007 - 10:05 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Chamado da Santa Sé ante mudança climática

Intervenção nas Nações Unidas

NOVA YORK, terça-feira, 25 de setembro de 2007

ZENIT.org

Publicamos a intervenção pronunciada em nome da Santa Sé nesta segunda-feira por Dom Pietro Parolin, subsecretário para as Relações com os Estados, na sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas dedicada à mudança climática que levava por título: «O futuro está em nossas mãos: como enfrentar o desafio da mudança climática».


Senhor presidente:

Obrigado por dar-me a oportunidade de expressar algumas considerações da Santa Sé à luz do que hoje escutamos através das distinguidas pessoas que precedentemente tomaram a palavra.

A mudança climática é uma séria preocupação e uma responsabilidade iniludível para cientistas e outros especialistas, para líderes políticos e governamentais, para administradores locais e organizações internacionais, assim como para todo setor da sociedade humana e para cada pessoa. Minha delegação deseja sublinhar o imperativo moral segundo o qual todos, sem exceção, têm a grave responsabilidade de proteger o ambiente.

Ante as diferentes reações e interpretações dos informes da Assembléia Internacional sobre Mudança Climática (IPCC por suas siglas em inglês, ndr.), as melhores avaliações cientificas estabeleceram uma relação entre a atividade humana e a mudança climática. De qualquer forma, os resultados destas avaliações científicas, e as incertezas que permanecem, não deveriam ser exageradas nem minimizadas em nome da política, de ideologias ou do interesse pessoal.

Pois bem, precisam ser estudadas mais a fundo para dar uma base séria à crescente preocupação e para tomar decisões efetivas.

Recentemente foi desestabilizador constatar como alguns comentaristas disseram que nós deveríamos explorar nosso mundo até o final, sem levar em conta as conseqüências, utilizando uma visão do mundo supostamente baseado na fé. Cremos firmemente que se trata de uma atitude fundamentalmente imprudente. No extremo oposto estão aqueles que consideram que a terra é o único bem, e que vêem a humanidade como uma ameaça irredimível para a terra, cuja população e atividade têm de ser controladas com meios drásticos.

Nós cremos firmemente que estas afirmações põem os seres humanos e suas necessidades ao serviço de uma ecologia inumana. Expus estas duas posições extremas para ilustrar o que quero dizer: algumas atitudes semelhantes, ainda que sejam menos extremas, poderiam também impedir claramente toda tentativa profunda global de promover a mitigação, adaptação e resistência [ante os efeitos da mudança climática, ndr.], assim como a salvaguarda de nosso futuro comum.

Senhor presidente:

Dado que nenhum país pode resolver por si mesmo os problemas relacionados com nosso meio ambiente, devemos antepor a ação coletiva ao interesse pessoal. Para a comunidade internacional, isso supõe a adoção de uma estratégia política coordenada e eficaz, capaz de responder a esta complexa questão. Deveria encontrar os caminhos e os meios de mitigação e adaptação que são economicamente possíveis para a maioria, valorizaria o desenvolvimento sustentável e promoveria um ambiente saudável. O aspecto econômico desses caminhos e meios deveria ser seriamente levado em conta, considerando que as nações pobres e setores da sociedade são particularmente vulneráveis às conseqüências adversas da mudança climática, já que seus recursos e sua capacidade para adaptar-se a esta mudança e diminuir suas repercussões são muito limitados.

É previsível que estes programas de mitigação e de adaptação encontrem uma série de barreiras e obstáculos, não tanto de caráter tecnológico natural, mas de caráter social, como o comportamento e as preferências dos consumidores, e de natureza política, como as políticas governamentais.

Temos de prestar atenção à educação, em especial à dos jovens, para mudar atitudes inatas e egoístas de consumo e abuso dos recursos naturais. Ao mesmo tempo, políticas governamentais que ofereçam incentivos econômicos e ajudas financeiras a tecnologias mais adaptadas ao ambiente darão ao setor privado o sinal positivo que precisa para programar seu desenvolvimento nesta direção. Por exemplo, nestes momentos, a pesquisa em recursos energéticos e na melhora da eficácia energética seria mais atrativa se estivesse acompanhada por fundos públicos e por outros incentivos financeiros.

Senhor presidente:

Com freqüência escutamos nas salas das Nações Unidas que «a proteção é uma responsabilidade». A Santa Sé crê que isso se aplica também ao contexto da mudança climática.

Os estados têm a responsabilidade compartilhada de defender o clima mundial através da mitigação e da adaptação, e sobretudo têm a responsabilidade compartilhada de defender nosso planeta e de assegurar que as gerações presentes e futuras possam viver em um ambiente saudável e seguro.

O caminho para a conquista de um novo acordo internacional sobre a mudança climática nem sempre está acompanhado por uma singularidade igualmente rápida e eficaz para pôr em prática esses acordos. Os Estados podem adotar livremente convenções e tratados internacionais, mas se as palavras não são acompanhadas por uma ação eficaz, faremos muito pouco para impedir um mundo inóspito e acabaremos reunindo-nos dentro de pouco tempo para lamentar outro fracasso coletivo.

Desejamos sinceramente que os Estados aproveitem a oportunidade que lhes será apresentada dentro de pouco com a próxima Conferência sobre a Mudança Climática que se celebrará em Bali.

Obrigado, senhor presidente.

[Tradução realizada por Zenit]



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