Um afago
OlgaMatos
20/11/2006
Não posso ler uma trova,
pois meu coração se agita,
minha mente se rebola...
ordenando vem a rima...
os dedos já se inquietam,
minha mão se movimenta,
o braço quer ficar quieto,
mas se solta ,não agüenta!
Versos saem afobados,
mal e mal os acompanho
a pena quase se engasga,
mas , folgados, lá se vão...
Felizes saem rimando,
brincando de "faz de conta"...
mas , que azar, de vez em quando,
a verdade os desaponta!
Cabisbaixos pios tropeçam,
vão olhando para os pés,
para não verem as léguas,
que os separam do céu!
Mas um beija-flor zunindo,
um afago ou o seu eco,
dispersam os versos tristes,
que felizes, recomeçam. |