Uma revista sobre o dia do Líbano e o novo dia comemorativo(20 de novembro), em homenagem à etnia negra(os africanos não se chamam assim, falam os nomes de suas respectivas tribos) chamaram a atenção no último final de semana.
Um gigantesco país de pardos, miscigenados de todos os povos europeus e asiáticos todos os dias assiste pela televisão uma porção de programas, onde os apresentadores, com exceção dos programas de bispos evangélicos da Universal e uns poucos da Record, são desbotados.
Não é racismo de minha parte, já que sou cheio de misturas genéticas e já fui chamado de negro e de branquelo em situações diferentes, mas a televisão não tem apresentadores negros, pardos, asiáticos e muitos misturados.
O melhor exemplo é a Globo, onde apenas Glória Maria é representante dos povos africanos, e uma ou outra atriz, geralmente trabalhando no papel de empregada doméstica.
A Record tem o cantor Netinho apresentando um programa, e só. A televisão brasileira só mostra pardos e negros quando são cantores e jogadores de futebol, numa alusão ao potencial de alegria dos povos africanos.
Isto é racismo, uma vez que todos os dias centenas de pardos tentam entrar no mundo da mídia, mas sabem que apenas nas rádios, nas redações e em cargos de auxiliares técnicos tem vez.
São os retratos de um país bem miscigenado, onde a miscigenação dos corpos não atinge as mentes, e a quantidade de melanina na pele continua sendo diferencial de oportunidades.
O Brasil, ao contrário dos Estados Unidos da América(um dos países mais racistas do mundo), evita discussões mais profundas sobre o tema, com medo de que as verdades sejam ditas.
No Brasil as colônias asiáticas são numerosas, mas passam despercebidas, talvez por já estarem absorvidas pela cultura ibérica há mais tempo, e foram integradas facilmente à sociedade.
Mas os árabes e os africanos são vizinhos, e ensinaram aos europeus muito do que a humanidade utiliza hoje, do alfabeto à matemática. A Europa soube assimilar os conhecimentos científicos, mas não assimilou o humanismo da cultura asiática e africana. Essa miscigenação precisa acontecer. E a mídia tem papel fundamental neste processo.
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