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Cronicas-->TEMPO -- 20/05/2005 - 13:34 (José Renato Cação Cambraia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TEMPO

Não adianta. Você pode chorar, espernear, debater longamente sobre o assunto com seu namorado(a) ou com aquele seu primo metido a físico, mas você nunca irá conseguir definir o que é o tempo. Sim, podemos definir velocidade (que é a relação matemática entre o espaço e o tempo), podemos definir energia cinética, calor, temperatura e até, sei lá, a fome. Mas o tempo, sorry, babe, não dá. E quando eu falo tempo, é esse TEMPO em que vivemos imersos, que passa na nossa frente sem que possamos vê-lo ou toca-lo, que às vezes voa como uma águia e às vezes se arrasta como uma lesma manca. No fundo, subjetividades à parte, o tempo passa sempre da mesma maneira. Bom, pelo menos pra nós, pequenos micróbios prisioneiros da física newtoniana no meio desse universo doido e violento que acontece continuamente lá fora. Ok, vou me explicar melhor. Você tem um tempinho?
Newton, que era um cara muito observador, resolveu observar e modelar matematicamente tudo aquilo que estava acontecendo (e ainda está) em sua volta. Isso lá em mil, seiscentos e qualquer coisa que não me lembro. Realmente Newton era um cara muito esperto, e conseguiu seu objetivo. Seus princípios da Física são estudados até hoje (no ensino médio) e não causam muitos problemas mesmo quando você pensa neles durante uma volta numa montanha russa. Só não tente levar um exercício de conservação de energia num passeio desses que você pode vomitar.
Mas a vida não é tão simples, e existem algumas questões, como a que eu propus no começo desse texto (podemos definir o tempo?), que me dão dor de cabeça sempre, mas eu não consigo parar de pensar nelas. Não quero definir o tempo, nem buscar isso, mas sim jogar mais lenha na fogueira dos pensamentos ociosos e, por que não, filosóficos.... afinal, o que é o tempo?
Como eu estava dizendo, Newton propós um modelo que realmente funciona na maior parte do... tempo, pelo menos. Para ele, o tempo é como uma linha de trem, infinita para os dois lados (o infinito já é suficiente para me incomodar muito, mas vá lá - ainda vem coisa pior). Então, para a Física Newtoniana clássica, não existe origem do Universo, uma vez que ele começou no infinito "para trás" do tempo. Não existirá, portanto, fim do Universo tampouco. Por outro lado, é sabido (através de medições entre pontos distintos do universo) que o universo ainda está se expandido (note o "ainda" nessa frase - um dia irá parar?). Quando os cientistas aprenderam a "voltar a fita" do universo, perceberam claramente que não só o universo está mesmo em expansão como teve, sim, uma origem, que ocorreu há 14,5 bilhões de anos atrás. Resolveram chamar esse instante de "singularidade", e ninguém sabe direito como foi que aconteceu (o que existem são algumas teorias estranhas). Mas todos concordam que foi um instante único e muito doido da história do universo. Dessa forma, conduzidos muito toscamente por mim, chegamos num ponto crucial: afinal, como funciona o tempo?
Vejamos antes algumas outras questões: suponha que o tempo tenha então um início e que isso ocorreu junto com a origem do universo. Então, o que havia antes? Não existia tempo? A matéria e a energia não podemos negar que estava ali, mas... e o tempo? Se isso me incomoda hoje, imagine um cara como o Kant, o alemão filósofo! Olha essa agora, se o universo foi realmente criado, por que então houve uma espera infinita antes da criação? E se o universo sempre existiu, por que não atingiu um equilíbrio a parou de se expandir? Ou seja, com esse modelo de tempo newtoniano, seria perfeitamente cabível a pergunta "o que Deus ficou fazendo antes de criar o universo?". Santo Agostinho, que era outro gênio, para a provocadora pergunta respondeu "Ele preparava o Inferno para os que perscrutam seus profundos mistérios". Santo Agostinho, pensador do século V, aliás, foi um dos sustentadores da idéia de que o tempo simplesmente não existia antes da origem do mundo - o que se aproxima bastante das idéias modernas.
Quem solucionou grande parte dessa aparente contradição foi o bom velhinho (não, Papai Noel não existe!) Albert Einstein, com a sua "Teoria Geral da Relatividade". Ele mostrou que o modelo linear do tempo proposto pelo Newton estava furado e que, na verdade, o tempo não existe sem esse espaço tridimensional que conseguimos ver, tocar e, às vezes, nos divertir. Ele mostrou que estamos vivendo num "espaço-tempo", e que esse "ambiente" pode ser distorcido de acordo com algumas "vontades", como as forças gravitacionais e a distribuição de energia no universo. Resumindo, pra você acordar: o tempo tem forma e, portanto pode ser deformado! Isso nos permite imaginar que as coisas podem existir em tempos diferentes (sim, eu falo de viagens no tempo). Pelo menos para frente, ou seja, para o futuro, não vejo (nem os cientistas) problema algum (a não ser, é claro, a enorme quantidade de energia necessária para a aventura) .
Uma outra questão interessante, na qual eu resvalei há pouco, foi sobre o final da expansão do universo. O que irá acontecer depois? O universo vai começar a encolher novamente, se contraindo até toda a matéria seja novamente concentrada num ponto muito muito muito denso? E o tempo, vai "andar pra trás"? Acordaremos num susto, velhinhos num caixão, descasaremos, voltaremos a ser crianças e, enfim, entraremos novamente no útero materno? E depois, quando tudo explodir de novo viveremos tudo novamente e assim continuaremos infinitamente? Será que eu já escrevi esse texto infinitas vezes? Nossa, se isso acontece realmente eu sou muito insistente...
Mas estou fugindo do assunto. Meu objetivo era pensar sobre o tempo. E o meu, dado o número de caracteres que o Word me mostra nesse instante, acabou.... agora!


Renato Cação Cambraia gosta de questões complicadas, mas está com um pouco de dor de cabeça nesse instante. Email: renato_cambraia@yahoo.com.br.

BECO 94 - www.beco.netonne.com.br
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