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Poesias-->REENCARNAÇÃO -- 22/01/2009 - 15:31 (Amy Higgins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
REENCARNAÇÃO



Por: Amy Higgins





Insanidade fértil de mistérios,

Rastro de sangue, dor e vitupérios

Cuja força absoluta subjuga

A vontade do liberto a esta

Carne que apodrece e enruga.



Um horto de lamúrias e tormentos,

Jardim de pavores e excrementos,

Retorno ao covil das víboras traidoras.



Sair de paragens redentoras

Para renascer na carne apodrecida,

É como abandonar dulce acolhida

Nos braços da viva morte

Para aceitar a triste sorte

Descabida de um morto vivo,

Um morto em vida.



Ainda pior reencarnar longe dos seus,

Entre esses horrendos pigmeus,

Rebentos de um mundo

De monstros dantescos.



Sair da companhia de ancestrais dadivosos

Para caminhar entre os espinhos,

Deixar a opulência dos caminhos

Para perambular na solidão dos descaminhos.



Reencarnei contra minha vontade

Neste lugar de pedras e secura.

Deixei sedas suaves de brancura

Para deitar na cama da solidão,

Quase loucura.



Na lama das estradas nunca pisei,

Sou prisioneira encarcerada

Em cidade e país que nunca amei.



Não sei onde foi que eu errei,

Nem o que fiz para cair no abismo.

Só vivo cada segundo ansiando sair desta prisão,

Voar, nadar, ser livre e ao meu povo retornar.



Será que um dia terei a sorte de regressar?

Ou será sempre esta “vida eterna morte”

Que insiste neste corpo habitar?



Quando tentei morrer não me deixaram,

Porém, onde nasci nunca me amaram

Nem deixaram ao meu mundo eu voltar.



Espero seja breve este encarceramento

Em corpo verminoso e macerento

Que é vulto encralacrado em vil tormento.



Ainda, se um dia me deixarem,

Espero ter asas e voar,

Partir deste escabroso lugar

Para correr estradas em outros mundos.



Deixem-me partir!

É o que peço.

Espíritos de luz, feliz regresso à fonte,

Ao luar, ao coração vivo a pulsar.

Deixem-me voltar à imensidão do tempo

Em que vivi feliz nas areias do deserto.



Por que vim para cá?

Isto é penúria!”

Lugar de isolamento,

De vermes feios e lamúria.



Por que eu reencarnei nesta clausura,

Nesta cidade suja, fétida e escura?

Qual velha e abandonada sepultura.





Em 25 de dezembro de 2008.

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