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Erotico-->O PENTEADO ESTILO NINHO -- 03/09/2004 - 16:34 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Glória Léia, ou simplesmente G. Léia, nasceu numa cidade vizinha de Tupinambica das Linhas, naquele tempo em que o Cid Moreira ainda falava fino, e pensava esperançoso, em entrar pra tevê.
G. Léia achava, e com certa razão, que fugir da velhice, não tinha nada a ver com o escapar das velhotas maçantes, suas vizinhas e parentas assediantes.
Ela gostava tanto do seu aspecto pessoal que quando lhe diziam, ser seu penteado, semelhante aos ninhos de pardais briguentos, reagia com sinais de desaprovação, fazendo bico e lembrando crianças choronas e birrentas.
Quando G. Léia conheceu o Chuma, ele já estava separado da sua primeira aventura. Ela soube que o infeliz, numa tarde triste de garoa fina, ganhou uma peruca de touro. Então, pra esquecer aquela angústia danosa, minimizando-a ao máximo, ele procurava nos bares, dos cafundós do fim do mundo, as alegrias causadas pelas cervejadas e comilanças de petiscos duvidosos.
Sua memória (a da Léia),era fantástica e podia lembrar-se, muito bem, do dia em que, por causa da frase "macaco é macaco", grafada numa porta qualquer, quase houve um terremoto na cidade. O assunto foi matéria pra boletim de ocorrência, protestos e xingamentos.
Léia, sufocada com tanta impertinência e malquerença nos caminhos seixosos, pensava com seriedade, que quando a bomba estourasse, assistiria tudo da janela do seu camarote , no bem-bom.
Glória Léia, pensava, já nessa altura do campeonato, em parar um pouquinho com o cigarro.; um tiquinho de tempo que fosse, já seria muito bom.
É que a idade vinha chegando e as confusões feitas, trocando o sentido das palavras, levava-a a pensar em ser a fumaça ingerida, a única responsável por tanta balbúrdia nefasta.
Assim, quando misturava aleta com a letra, se não cura com sinecura, e avaro com Álvaro, vindo a perceber a gafe, somente horas depois, transtornava-se tanto, mas tanto, a ponto de se descabelar ainda mais.
Seus cabelos espetados, e pontiagudos lembravam, como já foi dito, mais um ninhal de pássaros arreliados, de xexéu mesmo. E ela, meu amigo, minha amiga e senhoras donas de casa: não estava nem aí. Quando diziam que ela lançaria moda, alvoroçava-se toda pensando logo em aparecer na TV Beira-Regato.
Léia muito esperta, nem bola dava pra quem dizia, ser o tal canal "uma tevê que ninguém vê". Julgava os desprezadores invejosos.; e que eles tinham forças destrutivas iguais às dos matadores dos indigentes nas ruas de S. Paulo.
Ela sabia do ditado que rezava: "aquele que com ferro fere, com ferro, será ferido". E, a menos que os assassinos se apresentassem, seriam levados à indigência semelhante às das suas vítimas, quando então se faria, com os mesmos modos e meios, a justiça.
Ficava brava, quando alguém, ao seu lado, se regalava com a visão do bumbum da miss universo, despido num acidente na passarela.
G. Léia apaixonou-se pelo Chuma. Mas não tinha coragem para dizer-lhe. As amigas, puseram tanto medo nela, falando mal do coitado, que ele nem soube daquele amor distante, platônico mesmo.
Léia, a dos cabelos espetados, queria sentir novamente as sensações do amor. Desejava alguém quente, cheio de tesão, que lhe fungasse no cangote.
Ela sabia do transcurso célere do tempo e, cônscia de que se não aproveitasse agora, perderia para sempre, a chance de amar, tomou as chaves do seu carro e rumou, com muita calma, em direção à casa do seu desejo.
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