Tantas vezes me pergunto me questiono a meu respeito. Claro que todos temos nossas imperfeições, mas no meu caso só posso ser anormal.
Sou vítima passiva, e por vezes ativa, de uma entrega extraordinária beirando a insanidade. Por favor, me internem! É o mais acertado a fazer. Quem sabe, no meio dos loucos, mergulhe por completo no abismo aberto a meus pés. Cansei de margeá-lo, prefiro cair de vez.
A causa disso tudo? O amor cachorro, bandido, sem-vergonha que me atormenta e sufoca. Perto de mim é pura a mais dissoluta das prostitutas. Não há adjetivos bastante baixos e grosseiros que possam me qualificar. Sinto-me infinitamente “sub”.
Entretanto, em certas ocasiões, sou tocada por uma pureza de sentimentos, faço-me transparente e regrido ao mundo infantil. Acredito em duendes e fadas e imagino, por minutos, que um lado teu gosta de mim e se possível fosse tu me amarias com este ardor, esta chama, que arrasto pela vida em contrição. Invadiste minha alma. Meus dias e noites, dedico-os a ti. Graças a tua mente poderosa diriges meu sono fazendo-me vagar indecisa entre sonhos e pesadelos. Perdida. Nada mais tenho neste mundo, apenas esta alternância de amor e humilhação destilada por ti sobre mim.
Sabes que o sentimento que te devoto é o verdadeiro amor de perdição? A subserviência extrema. O descontrole total.
08/01/03
|