Ao contrário de ti, perdi a voz ao clamar minha saudade.
As lágrimas que há tempos queimam-me a face, sequei-as com o gelo do teu desamor.
Minhas dores, ah minhas tantas dores. Incorporei-as ao meu organismo.
Superei sozinha o abatimento e a depressão. A tristeza me acompanha, latente.
Disfarço-a com o sorriso, embora a tenha presente em meu olhar.
Meu silêncio é o reflexo do meu interior.
Estive recolhida, enclausurada com meus pensamentos, empreendendo longa jornada em busca da paz.
Tomei decisões. Elos foram partidos.
Quero a liberdade acima de tudo. Preciso voar!
Recebi tuas visitas noturnas. Soturnas.
Sonhei colorido, falando uma linguagem estranha. Sei que sou vítima de teus sortilégios.
Mas estás certo em um ponto. Na forma como nossas almas se tocam.
Creio firmemente que tua alma persegue a minha e a penetra quase de forma sexual.
É por isso que tenho o sono agitado. Quando acordo o leito está revolto como se tivesse passado a noite com meu amante secreto.
Mas não te preocupes comigo. Como vês estou calma. Serena.