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cronicas-->HONESTIDADE VÃ -- 30/05/2005 - 18:27 (HENRIQUE MÉRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Em um principado não muito distante, governou um homem íntegro, dotado dos melhores valores, durante um longo período. Com total paz e harmonia, seus súditos bem desempenhavam suas atividades, tornando o labor um momento de crescimento intelectual e profissional. É certo que eventuais desconfortos e distúrbios ocorriam, mas as regras bem postas, aliadas à lealdade e à previsibilidade, melhor permitiam a manutenção da normalidade.

Como não poderia deixar de ser, aquele bom homem concluiu a sua jornada de décadas, dando lugar a outro administrador mais jovem, com aparente ímpeto e vontade de construir. Infelizmente a verdade logo surgiu e, em pouco tempo, a ruína e o descontentamento envolveram todo o lugar. Perseguições, excessos e favorecimentos sufocaram todos os que ali residiam, em uma arbitrariedade até então nunca vista.

Passados estes momentos, que não duraram mais que dois mandatos, para felicidade geral, instaurou-se outro governo, com a promessa de moralização, de dinamismo e de honestidade, como contraponto ao administrador de um passado recente. Tais promessas, no entanto, passariam por uma verdadeira prova de destreza, pois grande empreendimento estava próximo. Os súditos pareciam desconfiados, mas, sem dúvida, estavam ansiosos pelas dádivas de uma boa administração.

Observou-se, ao contrário, a constituição de instabilidade e de inexperiência, com constantes mudanças nos altos cargos da Corte. Compreensível, inicialmente, afinal qualquer nova administração está sujeita a momentos preliminares de refinamento, ainda mais naquele principado, que tinha atuação bastante específica, se comparado aos seus vizinhos mais próximos.

Todavia, com a consecução das atividades estruturais do citado evento, que tinha data certa e sua incidência ultrapassava os limites daquele pequeno lugar, tudo começou novamente a ruir. Verificou-se que a falta de experiência era, na verdade, pura inaptidão, clara incompetência. As ações indispensáveis começaram a atrasar ou a ser esquecidas, causando uma grande sensação de fracasso iminente e mesmo de falta de comprometimento. O que se via era apenas a busca frenética por ações secundárias, de cunho, na verdade, eminentemente político.

Os cidadãos daquela hoje promíscua terra, não obstante os fatos relatados, ainda foram submetidos a verdadeiras segregações, mesmo sabendo que eles eram os verdadeiros condutores de todo o processo de sustentação do principado. O aguardado empreendimento, tão-somente conduzido pelos súditos, foi marcado pelo total desprezo do governante. Parecia até que o resultado positivo só era buscado pelos súditos, que trabalhavam em um ambiente insuportável, conduzido como uma caserna.

Não bastasse todo o ocorrido, ainda foi decretado que os soldos integrais daqueles trabalhadores não seriam adimplidos, sob pretextos nada sustentáveis e em detrimento de todo o regramento em vigor. O que se via em todos os pontos do agora inóspito principado era um semblante de desgosto e de desprazer. O governante, por sua vez, sempre com a insistente pregação de honestidade, tentava transmitir a todos que os fatos nada tinham a ver com ele, em uma verdadeira conduta de covardia e despreparo.

Posteriormente, após a conclusão da dura missão, os súditos buscaram os meios de serem justiçados e de serem expurgadas as consciências distorcidas daquela congregação de administradores. Lembraram-se dos momentos que passaram com o homem que primeiro os governou, sem nunca esquecer dos instantes danosos que tiveram com o segundo e que passaram com o último. Todos, sem dúvida, foram submetidos a uma dura lição que jamais será esquecida, mesmo neste instante em que um certo clima de tranquilidade retornou.

Por certo, para cada um daqueles que estiveram envolvidos no episódio real que acabo de narrar, restará sempre presente a dúvida quanto ao deprimente conceito de honestidade para este último governo. Será que os excessos e os privilégios concedidos pelo jovem administrador são piores que as promessas não cumpridas? Será que a falta de pagamento integral do trabalho empregado é legal e admissível, sem ser considerada como um ato de desonestidade? Ora, não há como deixar de concluir que ambos os governantes estão impregnados de ações opressoras, déspotas, tiranas e indignas.
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