Cigano Amado
Iracema Zanetti
Não tens que me lembrar e nada confessar
Que eu já não saiba!
Paguei em moedas de ouro, a Hanny,
Para contar-me somente a verdade,
Sobre o que dizem as cartas do baralho cigano,
Em relação à nossa sorte!
Sei, que me amas porque sinto teu ardente amor...
E desejos loucos por mim!
Nunca te declaraste abertamente...
Nunca me falaste sobre teu amor,
E, é isto o que mais preciso ouvir!
Teu porte cigano galopando em teu cavalo branco,
Leva-me a querer ser a única cigana a ocupar tua Garupa...
Não me convidas, por quê?
O que queres de mim, além do amor que te dou...
Mesmo que em fugazes e fugidios momentos
Em que escapo dos olhares vigilantes de meus pais
Que vêem em mim a pureza, e a alvura dos lírios Dos campos?
Ah, cigano amado, sei que estás prometido à outra.
Mas se não a desejas, se não vibras ao vê-la,
Será que o casto amor que ela reserva para ti... Te fará feliz?
Teu sangue quente não suportará o amor
Da cigana escolhida, para ser tua mulher!
Criada e educada desde o berço para esse fim!
Tua cigana foi ensinada a ser fria, calculista e Desconfiada!
Possuída apenas para procriar e dar continuidade
À raça, para que nossos ancestrais descansem em Paz!
Será que ela saltaria veloz à tua garupa e Entregaria seu corpo com a mesma magia e loucura Que entrego o meu quando voamos para os campos
Na calada das noites e nos deitamos na relva Molhada, para fazer amor?
Ah, como eu gostaria de não ser apenas tua amante,
Mas tua namorada e depois tua mulher amada!
Sinto-me triste, magoada por nunca estares comigo
Nos momentos que preciso da força de teus Braços...
Para neles me encolher e não escutar vozes Ocultas atrás das árvores chamando-me devassa...
Quando ando só pelo acampamento ouvindo portas e Janelas fecharem-se atrás de mim...!
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