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Poesias-->Poesia Tresloucada (deslumbres) -- 13/02/2009 - 21:33 (Antonio da Silva Magalhaes) |
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Poesia Tresloucada (deslumbres)
Senhora, é arriscado contempla-la,
Quando passa exalando um aromal,
Com seu tipo tão insigne e tão de sala,
Com seus gestos de neve e de metal.
Sem que n`isso a desgoste ou desenfade,
Quantas vezes, seguindo-lhe as passadas,
Eu vejo-a, com real solenidade,
Ir impondo situações complicadas!...
Em si tudo me atrai como um tesouro:
O seu ar contemplativo e senhoril,
A sua voz que tem um timbre de ouro
E o seu nevado e perspicaz perfil!
Ah! Como m`estonteia e me fascina...
E é, na graça distinta do seu porte,
Com as vestes suaves e femininas,
E tão alta e serena como a Morte!...
Eu ontem a encontrei, quando vinha,
Havaiana, e fazendo-me assombrar;
Grande dama funesta, sempre sozinha,
E com firmeza e musica no andar!
O seu olhar possui, n`um fogo ardente,
Um arcanjo e um demônio a ilumina-lo;
Como um florete, fere agudamente,
E afaga como o pelo d`um regalo!
Pois bem. Conserve o gelo por esposo,
E mostre, se eu beijar as suas mãos,
O modo controlado e orgulhoso
Que Anna d`Áustria mostrava aos cortesãos.
E em fim prossiga altiva como a Fama,
Sem sorrisos, dramática, cortante;
Que eu procuro fundir na minha chama
Seu inabitado coração, como um brilhante.
Mas cuidado, Senhora, não se afoite,
Que hão de acabar os devaneios reais;
E como homens humilhados, pela noite,
Para a vingança temperam os punhais.
E um dia, ó Belo lírio, das estradas,
Sob o céu Azul e as andorinhas,
Eu hei de ver vagar, alucinadas,
E arrastando farrapos--as rainhas!
Barcarena, 17/05/2005
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