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Erotico-->OS SOFÁS -- 08/09/2004 - 17:08 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sérgio, um tanto quanto nervoso, procurou nos bolsos as chaves da mansão. Suas mãos trêmulas iriam afagar, naquela noite, nesse quarto encontro, o rosto lindo e sempre desejado.
Na sala requintada, os móveis sob penumbra, propagavam aroma de asseio, inspirando também o senso de bom gosto.
A atmosfera estava propicia ao conchego, sussurros, beijos e ao êxtase do amor carnal tranqüilizante.
Mas eis que de inopino, invade a sala a cachorra histérica, latindo e pulando sobre os sofás. Sérgio, tenso controlou-se e procurando aplacar o bicho, deu-lhe a mão esquerda fechada, para que a totó farejasse familiarizando-se. Afinal, meu amigo, o mancebo entrava nos domínios do ser insurgente.
A luz branca fez-se mais intensa.; Carolina então gloriosa, cheia de charme e bela, entrou atraindo para si o olhar do amante e as pulgas da peluda, vindas de carona.
Carol, bastante ágil, simulou jogar algo além duma porta e, instigando Maripet à busca-lo, fechou-a depois que o animalzinho passou.
O frio das mãos de Sérgio indicava um certo nervosismo. Era a quarta vez em que estaria a sós com sua paixão. Eles se aproximaram. Carolina estendeu-lhe os braços numa atitude receptiva.
Beijaram-se no rosto e ela, num tom sereno-tranqüilo, perguntou: "Foi difícil achar a casa.; chegar até aqui?" Ele segurando-lhe as mãos e, tocando-as com os lábios, respondeu: "Não foi tão complicado assim. O trânsito a essa hora está razoável."
Com um gesto sutil, ela puxou-o atrás de si. Sentaram no sofá de couro bege. O marmanjo estando à vontade disse-lhe: "Você não podia imaginar minha ansiedade. Não tens a menor idéia de como esse momento foi desejado por mim". Sentindo-se senhora da situação, bem segura e confiante, ela respondeu: "Eu sei sim. Eu também estava querendo isso tudo. Mas sentia medo. Muito medo, entende?"
O perfume âmbar que se desprendia dela, o levou a segurar-lhe, com mais ternura as mãos, bem como a uma tentativa de sussurro, na orelha direita. Mas alguém espalhafatoso, abriu a porta soltando a assanhada, que com a velocidade dum bólido pulou-lhe no colo.
Nesse mesmo instante o telefone tocou. A empregada, dissolvendo o clima causado pela meia-luz intensificou, com supetão a claridade ambiente.
Como se dissesse: "Vamos parar com essa gandaia ai" falou com voz grave: "Dona Carolina! A Emília acaba de chegar. A Maria Auxiliadora está ao telefone, e a senhora precisa me dizer logo, se vai comprar a ração da Maripet. A senhora já reparou que os pelos dela estão cada vez mais compridos e enrolados?"
Carolina com um gesto de quem não podia fazer nada para impedir a manifestação intempestiva daquele furacão empregatício avassalante, mandou entrar a Emília.
E à meia voz, apontando a criada, usando as mãos em concha para dissimular disse: "Essa ai confunde eles são com eleição." Atendeu depois, com desapontamento, o telefone.
Sérgio deslocado, cruzou as pernas.; tamborilando com os dedos da mão direita na coxa, disse sim, quando a empregada, com o cenho franzido, perguntou-lhe se desejava um cafezinho.




Fernando Zocca é
Jornalista.
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