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Cronicas-->UMA QUESTÃO DE ÉTICA -- 11/11/2000 - 18:12 (Paccelli José Maracci Zahler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
UMA QUESTÃO DE ÉTICA

Paccelli M. Zahler

Com esse alvoroço de planos económicos jorrando como cascata é difícil acreditar em "momentos mágicos". Mas eles existem! O ato de sentar na varanda, apreciando o pór-do-sol, sentindo a brisa fresca de final de tarde acariciar o rosto e a sustentar uma esquadrilha de ultraleves no céu de Brasília - esse é um "momento mágico". E é nele que costumam aflorar pensamentos de toda ordem: lembranças do passado, uma leitura interessante e a carreira profissional (inevitavelmente).
Já devem ter passados vários anos! A Escola de Agronomia ficou para trás com seus professores - hoje grisalhos; os colegas que deixaram de responder às nossas cartas; e a árvore, plantada no dia da formatura, que ninguém voltou mais para cuidar.
Quem se lembra do juramento de formatura?
"Prometo e tomo o solene compromisso de, no exercício da profissão de engenheiro agrónomo, guardar a minha fé, cultivar a virtude e servir à minha pátria e os meus concidadãos, observando a ética profissional, obedecendo os ditames da minha consciência e honrando os princípios e os ensinamentos recebidos de meus mestres".
Ética profissional! Um dia fizemos um juramento de observá-la e de nos guiarmos por ela, mas até que ponto temos sido éticos em nossa conduta profissional?
Pelo que se observa, a ética é um tema muito pouco discutido nos locais de trabalho e nas associações de engenheiros agrónomos. Por que não lhe dar vida para que a profissão se torne cada vez mais respeitada?
Quem tem se interessado pelo bem público, contribuindo com seus conhecimentos, capacidade e experiência para melhor servir à humanidade, deixando de lado o egoísmo?
Quem tem considerado a profissão como um "alto título de honra" e não tem praticado atos que comprometam a sua dignidade; e contribuído para que não se cometam atos que prejudiquem colegas ou os interesses de outros profissionais?
Quem tem atuado dentro da melhor técnica e do mais elevado espírito público e trabalhado com lealdade, dedicação e honestidade - abrindo mão da famosa "Lei de Gérson", a de "levar vantagem em tudo, certo?" - cumprindo a legislação que rege o exercício profissional e colaborando para sua atualização e aperfeiçoamento?
Há quem diga que essa história de "ética profissional" está ultrapassada, afinal de contas, os tempos são outros e exigem maior competição entre as pessoas.
Há quem diga, ainda: "Quando fui fazer Agronomia me disseram que era a profissão do futuro. Já tenho vinte anos de formado, e o futuro eu ainda não vi!"
O colega que fez essa afirmação atualmente é advogado em uma cidade do interior.
Não dá para negar que a Agronomia tem seus problemas. Os profissionais não são valorizados e não encontram colocação no mercado de trabalho com muita facilidade porque a situação do país não está favorável. Todavia, neste momento histórico importante em que o Brasil retorna à democracia, é necessário que os profissionais de Agronomia retomem o leme da ética profissional.
Isto só é possível com a volta à consciência de classe, ao trabalho de união, como as abelhas trabalhando em prol ca colméia.
Parafraseando Karl Marx, é hora de bradar: "Agrónomos do Brasil, uni-vos! E observai a ética profissional para que a engenharia agronómica se torne mais digna e respeitada!".


(Publicado no INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS AGRÓNOMOS DO DF nº 3, abril de 1990)
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