Eu queria mesmo ser é artista de cinema. Ganhar aqueles prêmios todos. Sabe como é a vidinha minha de cada dia já está me enchendo o saco. Tento de tudo, mas não consigo. Pela internet procuro alguém com quem conversar. Tudo bem rola aquele papo legal. Pinta um clima de love e coisa e tal. Mas no momento em que o bofe me pede a foto. Pronto! É a danação! Minha mãe diz que sou um pouco fofinha demais. Minha avó até tem me ensinado simpatias para emagrecer. Mas qual o quê. Fico desacorçoada. Nem moleque de rua quer me abraçar. Sabe eu tenho uma bundona muito larga demais. E por causa disso, não consigo ninguém. Não te dá dó?
Mas sinta só o meu drama: sou comerciante. Eu vendo aquí no meu varejão, só coisa boa tipo bolos, pães, pizzas, refrigerantes, presuntos, queijos, carne seca, feijoada e tudo o mais que é bom e gostoso. Mas eu não posso comer nada disso. Meu médico me proibiu terminantemente. Ele me passa aquelas receitas para tirar o apetite. Fico nervosa, irritadíssima. Aí ele coloca calmante na fórmula. É um rebú! E meu tesão vai prás cucuias.
Homem que é bom mesmo só na televisão. É por isso que eu queria ser artista de cinema. Não sou fraquinha não. Tenho muitas propriedades, caminhonete diesel, e mais dois carros de passeio. Meu pai, coitado, gordo e diabético, fuma e bebe pinga que nem um condenado. Tá gordo que parece um sapo. Minha mãe tem um problema com a adiposidade também. Mas ela o médico consegue controlar. Tá anoréxica. Tá mais magra do que a Gisele. Mas ela tem a aparência da Dercy Gonçalves. Coisa fina.
Meu irmão, bem meu irmão... Só gosta de cachorro. Nem mesmo de cachorra se digna mencionar.
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