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Humor-->LOUCOS EM GERAL -- 06/06/2001 - 21:04 (IZABEL ROSA CORREA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




LOUCOS DE TODOS OS TIPOS

Izabel da Rosa Correa

Tump! O homem saltou bem à minha frente, olhou para trás assustado e correu a toda perna. Era tardezinha. O calor intenso molhava meu rosto, mas o susto deixou-me branca. Fiquei olhando sem entender, aquele homem de bermudas e camiseta bordô, que pulara o muro alto, me olhara assustado e agora corria lá longe.
Camiseta e bermuda? Era um pijama. Pijama dos internos no Hospital dos Loucos!
Parei. E agora? Corro atrás do homem que dobra a esquina me espiando? Não, pode ser perigoso. Aviso o hospital? Claro, logo o pegarão se eu avisar. Dirijo-me à pesada porta de entrada e toco a campainha. O olhar assustado do homem não parecia o de um louco. Por que ele estaria ali? Seria bem tratado? Tinha roupas limpas, refeição boa? Então por que fugia? A esta altura ele devia saber que eu o estaria denunciando. Afinal eu pareço uma pessoa normal. Visto roupas de pessoa normal e não ando pulando muros com pijamas bordô. Claro que uma pessoa normal iria denunciar um louco fugindo. Por que não o faria?
É mesmo. Estou hesitando porquê? Os loucos precisam estar presos, só os normais podem circular livremente. Toco a campainha agora com insistência para livrar-me logo da incumbência e da dúvida. Ouço passos. Imagino o corredor escuro, o pé direito alto, o enfermeiro vestido de branco com cara de mau. Não vou denunciar. Pobre louco, merece estar livre. Esse lugar deve ser horrível. O barulho de uma chave na fechadura roda o tambor, uma, duas vezes. E se ele for perigoso? Se atacar pessoas, se for violento? O rangido da porta se abrindo. Ele não tinha jeito de louco. Qual é o jeito dos loucos?
"Pois não, senhora?" Fico gelada. O enfermeiro de branco, tem jeito de louco. Desisto.
"Você sabe onde tem um posto de saúde nesta rua?" Sinto o olhar de ódio dele, enquanto me aponta um posto do outro lado da rua. O rangido da porta, o barulho da fechadura, os passos se afastando. Há um louco livre correndo na rua. Talvez haja outro de uniforme branco. Talvez haja uma louca que até hoje não sabe se fez a coisa certa.
Como dizia o poeta: "De perto, ninguém é normal!"

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