Como dizer, sem ser libertina
do amor transgressor que se fez na manhã?
A força da mão
pousada na anca
o peito aberto em pelo e tesão.
O beijo devasso sugando o plasma
Na ponta da língua o vale pequeno
côncavo e firme fluindo prazer.
O movimento, a força em conflito
suave a pedir – exigente –
permissão para entrar.
Gravou-se o raio no corpo e no faro
as marcas da adaga , recriando relevos.
A resina da pele cheirando a almíscar
tingiu nossos dedos
cravou na coluna o peso daqueles minutos
que multiplicam as horas
revivem loucuras selvagens
que só desejo sabe explicar.
Ah! O tempo, por que não parou
e eternizou aquele momento flagrado em fogo?
Tal qual em Pompéia tudo podia acabar.
Eu e você, eternos,
em um único ser
cobertos da lava do nosso próprio vulcão.