O EXEMPLO DO FILHO PRÓDIGO
I
“Meu Deus-amor me concedeu um lar perfeito,
Mas para mim somente o mundo me servia.
Então pedi a minha herança e parti
Pra ver se o mundo tinha tudo que eu queria.
II
Deixando o lar, entrei num mundo de orgia;
Fui libertino em meu modo de viver.
Enquanto tive a herança pra gastar,
Passei o tempo me entregando ao vil prazer.
III
Fui tão mesquinho que não pude perceber
Que tais prazeres só me davam despudor
E que, trocando o meu lar por esse mundo,
Abdiquei de tudo que me dava amor.
IV
Extasiado nesse mundo sem pudor,
Só me dei conta de que nada me serviu
Quando gastei todos meus bens e, sem dinheiro,
A minha vida libertina sucumbiu.
V
Fui à miséria, me tornei alguém servil;
Sem ter mais nada, trabalhei pra um patrão
Que me pagava com as sobras de comida
E me hospedava nos entulhos dum porão.
VI
Aí, então, caiu a ficha e a razão
Fez-me lembrar de quem me amava de verdade.
E, refletindo, descobri-me acometido
De um sentimento recheado de saudade.
VII
Arrependido, eu voltei, sem vaidade.
Humildemente, ao meu pai, pedi perdão.
E, perdoado, me senti de novo gente;
Nem dei ouvidos à inveja dum irmão.
VIII
Entre abraços, percebi que o perdão
É concedido por alguém que tem amor.
Também deixei que me chamassem Filho Pródigo
Pra que eu sirva de exemplo ao pecador.”
IX
Essa história nos faz ver que o Deus-amor
Pra perdoar-nos não quer senha e nem código,
Basta que a gente se arrependa do pecado
Com humildade, como fez o FILHO PRÓDIGO.
|