Um dia eu pensei em amar... pensei que amando poderia mudar tudo... pensei que o amor fizesse loucuras... doces e boas loucuras... pensei que o amor tirasse o sono... alimentasse a alma... e mesmo contra alguns... alimenta-se também ao corpo... eu pensei que amor deveria ser a maneira como agíssemos... pensei que ele deveria ser a razão de tudo... pensei que no silêncio de uma pergunta... ele fosse a resposta... pensei que amor nunca quisera machucar ou magoar alguém... pensei que amor fizesse das nuvens grandes algodões doces... das luas e estrelas... um jardim particular de cada um, no teto do nosso quarto... pensei que o amor fizesse a respiração acelerar... desconcertar... parar... pensei que amor não medisse distância... ele chegasse em palavras... ao vento... no silêncio... e alma ouvia... pensei que amor fosse para sempre... que nunca morresse... que fosse eterno... é terno... pensei que com o amor se sonhasse acordado... saísse sorrindo sem mais nem porquês... pensei que amor nos fizesse sentir pessoas completas... pessoas amadas... pensei que amor curasse a dor... que amor fosse amigo do tempo... que amor fosse sábio... que não como os outros dizem... amor não é cego, nem burro... pensei que amor enxergasse de olhos fechados... que com esses mesmos olhos vendados o cheiro nos levasse a onde o coração batesse forte... pensei que amor em um labirinto indicasse o caminho... pensei que amor reconhecesse o cheiro, mesmo sem antes ter-lo sentindo... pensei que amor sentisse o gosto... mesmo sem antes ter-lo provado... pensei que amor soubesse a delicadeza da pele de quem se ama... sem ter-la tocado... pensei que o amor fosse gozado... insaciável... pensei que o amor fosse forte... movesse montanhas... juntasse oceanos... fizesse tudo parecer maravilhosamente saboroso de sentir... pensei que o amor surpreendesse, chegasse pra não mais sair... pensei que o amor nos desse a sensação de que mundo é confiável... e que não há motivos para tantas lamentações... pensei que o amor nos fizesse ver que problemas todos têm... e as soluções estão por todos os lados... basta achar a mais adequada... pensei que o amor somasse... multiplicasse... reproduzisse... pensei que o amor não tivesse o certo ou o errado... porque para mim por amor tudo fosse livre... pensei que para o amor não houvesse separações... pensei que para o amor a obrigação seja ser feliz... não a pessoa mais feliz do mundo... mas simplesmente feliz para você... pensei que o amor não nos aprontasse e fizesse o coração bater desconcertado por mais de um... pensei que o amor igualasse crenças... pensei que o amor não permitisse preconceitos... pensei que o amor estendesse incondicionalmente a mão ao mais próximo... pensei que o amor nos fizesse honestos... pensei que o amor não fosse procurado, e sim que o tempo todo ele existisse dentro de nós... e que a única busca que se deva fazer é a interior...
Em outro dia... eu não pensei... apenas confirmei tudo sobre o amor... amei... amo... amarei... ele não nos deixa... somos nós que às vezes podemos o deixar de lado... e tudo começa a parecer tão estranho... tão sem valor... tão sem porquês... por medo? Talvez. Amor não foge, o amor fica, o amor mora, o amor reside, o amor resiste... o amor é a essência de cada um, e quando um amor se encanta com outro amor... esse amor soma... multiplica... reproduz... faz história... mas nunca... nunca... jamais... morre... porque para amor só há vida... ama-se a alma e o corpo... e na saudade o amor relembra histórias.
Hoje, quero dizer que muitos amores reconheci... outros, vejo nascer... e sinto crescer... nada me basta... apenas o Amor.
11/10/03.
