Sou louco. Sei que é duro pra você ouvir-me dizer tal coisa com tanta segurança, mas é isso mesmo: sou louco. Sei também que você já teve chances de abraçar a Loucura - mas desperdiçou-as quase todas. Talvez volte ainda a ter algumas, quem sabe, mas o risco agora de salvar-se é bem menor.
Eu uso essas palavras - você sabe - porque a Loucura é a Salvação.
Acontece que "querer salvar-se" é uma besteira, um despropósito. O processo todo tem que ser natural. Por isso eu recomendo aos saudáveis que enveredem, ousados, pelos caminhos da Aventura e do Desprendimento. Só depois, bem depois, é que virá a loucura profunda.
Claro que não me refiro à loucura inconsciente, medíocre, neurótica, que produz baba em bocas contorcidas e requer boletins hospitalares de ocorrência, sirenes, ambulàncias, camisas de força, gritaria.
- Não.
Eu me refiro à loucura de Laing, de Gaiarsa, e de Osho; de Abu, Dali, de Paritosh. Eu me refiro à loucura de Jesus, de Nietzsche, e de Artaud. Eu me refiro à quela deliciosa Loucura que está ali - aqui! - a quase 360 graus da sanidade.
Eu me refiro à fuga dessa maldita prisão chamada normalidade...
À quebra radical das correntes opressoras e cinzentas.
Ao abandono puro e simples do rebanho.
Eu me refiro à Loucura luminosa dos criadores de mundos!
À loucura dos amantes da Liberdade absoluta.
Esta - a Loucura que me encanta.
E que agora me chama para o abraço definitivo!
Mude!
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