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Contos-->O Lar das Saudades -- 28/03/2001 - 00:42 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

“Tenho saudades das pessoas que nunca conheci..."

2:18 AM

Não consegui dormir, tomei quase uma garrafa de café para tentar escrever realmente intrigante, mas...nada.
Sou só mais um fracassado que diz ter sucesso, adora mostrar os dentes enquanto fala e finge conhecer a verdadeira razão da vida.
É horrível olhar para os lados, aqui sentado na cama, e ver que tudo ao meu redor não possuí valor algum. Da janela observo o silêncio das luzes da cidade. Fico a pensar quantas destas pessoas que agora dormem, transam, choram ou simplesmente assistem TV serão, um dia, consideradas por fazer algo de bom para a humanidade.
Não quero mais escrever, nem se quer dormir. Todos os livros da minha estante já foram lidos mais de uma vez.
Fico andando pelo quarto.

2:58 AM

Com mais uma xícara de café na mão, tenho vontade de chorar. Este silêncio imenso, estas pessoas que parecem estar mortas... este tal mundo, esta tal vida... isso tudo não passa de um grande e complexo vazio!
Insisto em observar a cidade daqui de cima e continuo não vendo nada... Nada de novo! Os gênios morreram! Não temos mais homens para fazer a história! A cada segundo vendemos um pedaço de nossas almas para construir uma história... que não existe, ou foi pré-fabricada...

3:37 AM

Não sei por quê! Talvez por causa do efeito da cafeína. Vesti minhas roupas, peguei meu maço de cigarros, uma garrafa de vinho (guardada há tempos para uma ocasião especial) e saí pelas ruas, ainda à pensar na futilidade humana.

4:13 AM

Exatamente às quatro horas e treze minutos, cheguei ao pico da colina. Um lugar afastado, onde a única vista é o Cemitério Lar das Saudades, lá embaixo.
E continuei a pensar: Em lugares como este, espalhados por todo este mundo estão os verdadeiros criadores, os de genialidade incomparável, os homens que realmente fizeram algo de útil nesta combinação de tempo e espaço que chamamos de vida.
Fumei os últimos sete cigarros do meu maço e tomei todo o vinho sem notar o passar do tempo.

5:02 AM

Quando o sol já surgia no horizonte em minhas costas, resolvi me sentar a mesa dos gênios e compreendê-los. Tirei toda a minha roupa e me joguei, me transportei do pico da colina para o Lar das Saudades.
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