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cronicas-->JANELAS -- 15/07/2005 - 17:45 (Maurício Santanna) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
João era um homem simples, nascido no subúrbio do Rio, que foi conquistando seu lugar no mundo através de muito suor. Trabalhava de dia e estudava durante a noite.

Na empresa em que laborava assumiu o cargo de sub-encarregado de distribuição de materiais. Um salário razoável, e um certo prestígio.

Perto dos trinta anos de idade ele conheceu Maria Helena, jovem bonita do bairro de João. Logo começaram a namorar e em menos de um ano estavam casados.

João não se importava com o problemas dos outros, nem com a pobreza que era marcante na rua onde morava. Se alguma criança lhe pedisse algumas moedas, ele fechava o vidro de seu carro e nem era com ele.

Juntou dinheiro e comprou um terreno na proximidade de seu trabalho e construiu uma bela casa de dois andares. Com o tempo ele notou que atrás do seu terreno foi se formando um cortiço, uma vila bem pobre, e para se livrar daquela visão desconfortável, não pensou duas vezes e mandou fechar todas as janelas que dava para o fundo da casa.

Ele continuava a levar a sua vida tranquila. Foi promovido a encarregado-chefe no seu emprego e logo veio o primeiro filho, que levou o mesmo nome de João, mas era chamado de Júnior.

Tudo ia muito bem, até que em uma noite João escutou um estampido muito forte, que lhe tirou o sono. Olhou para a sua mulher, já acordada pelo barulho e com ela nada havia acontecido. Os dois correram para o quarto do filho, ao abrir a porta viu um buraco na parede bem no local de uma janela que fora fechada por ordem dele.

Na pequena cama estava o corpo do menino, já sem vida, no meio dos lençóis sujos de sangue. No olhar do casal a tristeza que ali se iniciava, mas que com certeza não teria mais fim.

Muitos de nós fechamos nossas janelas para a realidade, seja da casa, do carro ou dos nossos sentimentos, mas não raramente ela se abre brutalmente, rápida e certeira com uma bala perdida, pronta para encontrar algum inocente, que paga pelo crime do egoísmo e da insensatez de nossa sociedade.

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