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Cronicas-->Lembranças -- 03/01/2000 - 15:47 (Luiz Torres da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

L E M B R A N Ç A S

Lembro-me ter ouvido certa vez de um ancião que o avançar da idade traz , com frequência, memórias da infància. Era muito jovem então e, por isso, talvez, não dei importància ao fato.
Hoje, entretanto, quando à janela, observando o vasto jardim fronteiro ao edifício, recordei-me daquela afirmação e constatei sua procedência. Dei-me conta de que ultimamente tenho voltado ao passado, comparando épocas e situações, apesar da preocupação de não me tornar saudosista.
Mas ao olhar o arvoredo frondoso que orna este jardim não pude evitar o confronto entre ele e o que circundava minha casa, cinquenta anos atrás. Nesse último haviam flores, frutos e pássaros; no daqui, apesar de muitas árvores, poucas florescem, nenhuma dá frutos e não se vê a passarada esvoaçando, dando vida e beleza ao jardim e aos olhos.
Veio-me à mente uma temporada passada, quando menino, na casa da tia Auster, em Ipanema, onde eu e minha prima Helena costumava-mos desobedecer recomendações fugindo até ao Leblon, quando andávamos de bicicleta. A arborização daquela rua e, parece-me. de todo o bairro era de Fruta-Pão, que adorávamos quando a empregada as cozinhava para nós. Além dos frutos ainda impressionava a quantidade e a variedade de pássaros que esvoaçavam dentre as árvores e saltitavam pelo chão à procura dos frutos que caiam, mesmo quando ainda não maduros.
A que se deve essa diferença entre o hoje e o ontem? Porque não mais se arborizam ruas e jardins com aquelas espécies que produziam frutos e se tornavam "habitat" dos pássaros ? Creio valer a pergunta.
À época não existia a miséria e a fome hoje imperantes e, no entanto, a fruta-pão era farta e gratuita, produzindo alimento rico e nutritivo. Hoje a arborização cumpre apenas sua função natural, necessária à urbanização, sombra e oxigenação. Porque não mais as produtoras de frutos e alimentos ? Será isso evolução ou involução ?
Não sei a resposta, apenas alio a observação do ancião ao retrospecto que ora faço, sem deixar de estabelecer o contraditório entre os procedimentos de hoje com os de então, no que tange à arborização das nossas cidades.
Sem querer, comecei a sentir saudades das flores, dos frutos e dos pássaros!
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