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Discursos-->Minha Desgraça -- 25/12/2002 - 14:53 (Vinícius Franco do Nascimento) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha desgraça


Tem coisas que não conseguimos compreender nessa vida. As mulheres provavelmente são as mais misteriosas delas.
Fico pensando, muitas vezes sem resposta, para descobrir como pensa uma mulher. Coisas que elas fazem sem
nenhuma explicação, e completamente guiadas pela emoção. Mulheres são criaturas imprevisíveis, no entanto, basta
que prestemos um pouco de atenção no seu jeito para que não tomemos tantos sustos.

Não faz muito tempo conheci uma pessoa diferente das outras, pelo menos diferente do que eu pensava que era. Foi
estranho o modo como se aproximou de mim. Na verdade não foi estranho, mas para mim tudo que é relativo a ela acho
que é diferente. Não sei se foi isso, mas desde o começo nos demos muito bem, ela tinha um sorriso largo, e me
passava uma alegria profunda. São essas típicas amizades, começamos então a falar da intimidade um do outro e, enfim,
sobre os dois. Com o tempo nos tornamos realmente amigos, ou melhor, íntimos. Não sei bem quando foi, só lembro
que aconteceu.

Quando dei por mim estava pensando nela, nada de anormal até aí. Seu nome estava sempre em minha boca, e quando
falavam algo relativo a ela, a minha atenção era maior. Afinal somos amigos, porque não me interessar por assuntos
referentes à pessoas próximas de mim? Pois bem, com o tempo intensificou-se tudo. Já éramos independentes dos
outros, nós nos bastávamos, eu e ela éramos suficientes para sair. Quando todo grupo saía, ficávamos isolados, quando
todos conversávamos juntos eu e ela olhávamos e nos falávamos em um tom de voz diferente. Estava feito, nós não
éramos como os outros amigos.

Essa relação estranha foi se tornando parte da minha vida. Mas pergunto-me o que tem de estranho aí, pelo que parece
ambos se gostam e o que impede um namoro? Um namorado é um bom motivo para impedir um namoro. Parecia que
éramos alienados da relalidade eu e ela. Quando o outro estava perto eu me incomodava, e ela tinha o máximo de
cuidado comigo. Evitava encontros meu e dele, assim como eu, restringia meus contatos com mulheres para fora do seu
campo de visão. Mas cada vez ficava mais difícil, e sabia que um dia o ciúme seria evidente.

Com o passar do tempo não ficamos só em palavras ou olhares, às vezes quando nos encontrávamos trocávamos
carícias, um abraço, um beijo no rosto. Estávamos transformando tudo a nossa volta, após esse tipo de comportamento
realmente não nos comportávamos mais como amigos, éramos algo mais.

Se fossem somente os contatos físicos que mudassem algo na minha vida, seria mais fácil, afinal basta trocar o corpo e
continuar o contato. Mas eu mesmo não estava acreditando no que eu estava sentindo. Dentro de mim foi se criando
algo estranho, único. Na verdade algo bem conhecido que eu não tinha coragem de falar. Estava sendo construído
dentro de mim aquele sentimento, que todos sabem o que é, e que por hora não irei falar.

Com o tempo ela também passou a admitir esse tipo de sentimento, e passou a requisitar minha presença. Essa fase
estava ótima, namorávamos sem nos beijar. E que falta fazia aquele beijo. Cada vez era mais difícil esconder o carinho
que eu tinha por ela, cada vez era mais complicado. Nossas carícias estavam cada vez mais intensas.

Nessa hora tínhamos dois caminhos, a traição ou o fim de seu relacionamento. Qualquer um dos dois iria causar uma
certa bagunça no mundo. Nós não existíamos, a não ser para poucos, aqueles confidentes e incentivadores de nossa
paixão. Sim, agora já posso admitir que é uma paixão. Nunca disse isso olhando nos olhos dela, mas eu sei o que sinto e
não duvido dela. Ela com aqueles olhos, com aquelas carícias não poderia deixar de estar apaixonada por mim. Nossos
papos já se davam por indiretas. Frases como "Se fizesse comigo até eu", "Quem disse que você não merece atenção
especial", já faziam parte do nosso cotidiano.

Estávamos em uma nova fase. Já procurávamos agradar um ao outro, seja com presentes, carícias e principalmente
palavras. Procuravamos acariciar o ego um do outro, frisando nos pontos que cada um dava mais valor. Pois a esta
altura já conhecíamos bem o pensamento um do outro. Seja o sorriso, o andar, o beijo, este que nunca era nos lábios,
tudo, era para o outro.

O problema em si era que ela não queria desmanchar a situação atual em que estava, e isto era a única coisa que nos
atrapalhava. Na verdade, acho que ela se acomodou com quem está. Ao que parece já está com ele há um bom tempo, e
todos o conhecem, sua vida gira em torno dele, exagerando um pouco claro. Mas ao meu ver muito do que ela sabe, e
do que aprendeu, aprendeu com ele. Acho que conquistou muita coisa ao lado dele. Talvez ele seja um símbolo para
ela, por isso é tão presa a ele. Eu não consigo enxergar essas coisas, tudo que eu consegui foi sozinho, por isso sinto
tanta dificuldade em entender esse lado dela. Vivo como um computador, com valores de sim ou não. Ela não funciona
do meu modo, não sei como ela pode viver assim. Ela já disse várias vezes o quanto e como gosta de mim, já disse
coisas a mim que realmente me balançaram. Eu com minhas palavras e meus olhos já a fiz por muitas vezes cair pro meu
lado no muro. Mas ela não consegue largar tudo e vir para mim. Não sei o que é. Posso pensar pelo lado dela também,
ao que parece ela deve ter um pouco de medo, pois pode ser que isso seja algo passageiro. Vendo por este lado pode
ser até que eu possa pensar mais claramente, mas mesmo assim fica difícil. Somos tão novos para nos prender à alguém,
e ela lá com aquilo.

Ponto curioso é como ela fala mal de quem o acompanha, assim eu não posso entender. Coisas críticas, e que chegam
às vezes a magoá-la, ela continua lá firme.

Maldito sentimento, coisas que não podemos explicar. Sentimentos só podemos explicar com absurdos e artes. Sendo
também que arte é uma forma de absurdo se estivermos com a lógica clássica do nosso lado. Mas eu mesmo não sei
como isso funciona, se entedesse eu seria feliz. Queria saber como se processa o que está na mente dela. É tão
complicado entender uma mulher, mesmo aquela que eu mais gosto.

Agora fico aqui largado. Ou melhor, acuado, não tenho muito o que fazer, por mais que eu a agrade ela não vem para
mim. Não sei o que devo fazer para criar a coragem dentro de seu peito e fazer com que ela venha para mim. Estou numa
situação complicada, meus argumentos estão acabando, e já estou ficando louco. Eu a quero perto de mim. Mas não
posso forçá-la, um deslize agora poderia destruir o pouco que eu já conquistei. Qualquer desvio meu mataria essa
singela relação. Mas por muitas vezes grito dentro de mim para que ela possa ouvir o quanto a quero. Se metade da
força que eu tenho para tê-la ela pudesse usar como coragem, estaríamos juntos.

E eu aqui, relfetindo com essas palavras e esse papel frio, que nem sabe o que eu estou dizendo. Eu, sozinho no meu
canto, mais uma vez sozinho. Minhas mãos sem o toque dela, meus lábios sem o seu beijo. Nesse momento que eu fico
aqui jogado, triste e sozinho. Sem o calor do corpo dela para me aquecer. Nesses momentos de depressão que eu me
sinto um nada. Quase digo que sou um lixo, dá-me uma vontade de desistir de tudo. Tudo, como se tivesse algo para
desistir... Nessas horas que me ponho no meu lugar.

Enfim, deixe-me com minha tristeza. Não vou mais compartilhar minhas palavras com você. Não gosto de escrever
quando estou triste, nem que me leiam quando estou triste. Por favor, deixem-me aqui com minha desgraça, com meu
fracasso.

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