Aposentados (*)
Tratam aposentados como nada,
Exigem, sem nenhuma parcimônia,
Tributos e oferecem mais amônia;
Por teto, dão-lhes: rua e madrugada.
Desinibidamente, uma cambada
Assalta, dilapida e haure a Amazônia;
Hostiliza a pessoa mais idônea.
E contra si ninguém fala nem brada.
Trabalhar vida inteira (até a morte!),
Reunir minguados reais pra matar fome,
Sem que exista esperança que conforte.
De penúria, se acaba, morre e some,
E o político, cada vez mais forte,
Só pensa em conservar horrível "home".
* Brasília, DF, 29/05/2009. "Brasil Literário 2010", Caxias do Sul (RS), 2010, p. 34. |