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Erotico-->Clímax - O Beijo -- 01/10/2004 - 18:38 (Maria Dalva Junqueira Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Labaredas peloscorpos madellon


Clímax
" Os órgãos do pensamento são os órgãos
sexuais da natureza, os órgãos genitais
do mundo."
NOVALIS

E
xtasiada com o vôo, à procura de prazer, uma aviadora em transe, nas asas de uma gaivota, com a cabeça cheia de rumos e altitudes. Fêmea e Macho, duas almas nuas e solitárias, escondidas atrás de uma cortina de desejo. Fundidos um no outro, não sabiam onde terminava um e onde começava o outro. Aventureiros do espaço corporal voavam rumos desconhecidos, diante da encruzilhada espacial, na bifurcação dos corpos nus. Homem e Mulher, debatedores do desejo, desafiando o universo climatéri-co. Nada mais, nada menos que uma fantasia, uma sombra a vagar em alguma dimensão transcendental insólita no podia-ter-sido. Algo que a vida inventara.
Ela, a cada instante descortina um mundo novo, o mundo se desdobra em multi-mundos, se divide numa quantidade infinita de outros mundos. Quimeras vertiginosas e realidades assustadoras de futuros diferentes e de passados adversos, confusos.
As mentes, mentes-fantasmas nunca dormem e, em sonhos, vi-ram páginas viradas de duas vidas como “duendes cavalgando potros brincam nas a-lamedas das horas”. O desejo, receptor de radar de navegação. Surgem estrelas no painel de controle. Num relance fecha-se o painel de controle. Cerra os olhos “da ár-vore do Homem folha só (...) de verde no tronco só ela, a folha no tronco do verde”.
A quem antes voar aterrorizava, agora era ela própria uma avia-dora destemida e segura de seus movimentos, impulsionando o maneta para a frente fremente fazendo o fiel growly subir, preparando-se para uma suave descida corus-cante, como sol de verão. “Olha só o Homem e folha só, só ela no tronco a olhar o o-lhar na folha do Homem”, cheio de tesão, suado. O Homem-piloto olha para ela , a Fêmea nua, transmudada em parceira de aventura e prazer. Bela moldura, as curvas suaves, os olhos verde-mar verificam o céu à sua volta. Rosto angelical, lábios sensu-ais e carnudos, molhados. Provocantes lábios se insinuando. E que pernas torneadas! Que rosto, e que corpo aquela mente moldara!
Agora estavam voando juntos a volúpia dos corpos, dois pesquisadores explorando os limites do pensamento criativo. Ora para cima, ora para baixo, em movimentos rítmicos. O horizonte era um só. Montanhas sem sinal de nuvens ou ilhas. Um barco, qualquer coisa viva. Viva e quente. Ó, carne (de) lírio. Ó moinhos de vento, ó meus barcos à vela! Moinhos a agitar quatro braços! E a estrada toda pó. Um céu que ganhara um azul de flores silvestres, gosto de frutas do mato: goiaba madura car-nuda, fruta de guapeva, viscosa e grudenta. Na carne, o gozo, leite de mangaba, chei-roso, viscoso e quente – pêssego carnudo e doce. Como pássaro que cisca a boca, suga as mamas tensas e tesas, chupa uma fruta na sonda das papilas – um vôo de par-dal na intensidade do desejo, fundindo os corpos no engate do pouso fresco e frio.
Lá em baixo, um mar imenso, e cá em cima um espelho de céu. O mar de um azul-verde de amor-perfeito. Não azul-escuro, não de alto-mar, mas todo feito de baixios, como um barco de areia azul-cobalto que se estendesse a quase dois mil metros de profundidade.
Um desenho de praia, prata e ouro.
A exaustão. Rolaram para o lado.

















Labaredas peloscorpos madellon


O beijo
"O poeta é um sonhador que
perpetua os seus sonhos."
FREUD
U
m sopro morno vinha das entranhas, subia pelo corpo. Os olhos dele, duas bolas de gude, enquanto a língua e as mãos voadejando nos pássaros de seus seios, no lusco-fusco dos vidros embaçados das coxas torneadas. Um delírio interior. Os dedos nervosos passeando suas ancas, nos trâmites do colo nu.; as mãos em concha, nadando em ventania, indo dos seios às coxas, ao pescoço, nos lábios demorando, mordidelas frenéticas de enlouquecer e atemorizar. O hálito quente fazendo cócegas nos lóbulos da orelha, sedentos, frenéticos. Voejos de asas de borboletas mergulhavam por detrás da cortina. Febril. Os seus gestos inquietos, empinando o cavalo indomável, potro selvagem, galopando as almofadas da noite, salivas visguentas caíam bambas e grossas sobre os lábios hirtos, vasculhavam imagens soterradas na memória. No atropelo do silêncio, voluptuava no ontem e no hoje.
Na nitidez de sombras vagas, mendigava imagens, surgindo nas sombras. Sumiu do outro lado da cortina da noite. No alto, a lua, comendo o dia, atrevia-se a chegar antes da hora. Acordava a manhã, afugentava aquela fome de beijos. Depois desapare-cia na escuridão da lembrança, deixando-se engolir pela madrugada, por detrás da cor-tina do mundo, trazendo o dia, boiando entre a fumaça e o calor das almofadas da noi-te, que morria calada. O sol ainda não se levantara, e antes da luz acariciar a copa da manhã violácea, trazendo borboletas diáfanas, o vazio.
O êxtase do beijo virava as idéias, o pensamento naquela furna obscura, acor-dada da orgia em que se encontrava. No pântano dos olhos um assombro. O dia en-trando pela janela caía branco no peito ofegante.
Lavas quentes, os beijos erotizantes, incendiários.














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