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cronicas-->A OUTRA FACE -- 03/01/2000 - 17:21 (Pseudo-Nelson Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Segundo Jogo das Finais do Campeonato Brasileiro de 1999

Ninguém apostava no Luizão antes desses dois jogos da final. Tudo era o Guilherme; Guilherme pra lá, Guilherme pra cá; porque é o artilheiro, porque vai quebrar a marca do Edmundo, e coisa e tal. Tá certo que as atuações do artilheiro atleticano não são de se jogar fora, mas o Luizão amigos, o Luizão arrebentou hoje.

Que ele é trombador até minha tia sabe. Mas hoje ele se superou. Parecia que ele sempre tinha sido corinthiano, desde pequeno. Não foi por causa dos dois gols, não! Foi porque hoje ninguém foi mais corinthiano que Luizão. Vai ver que foi por isso que o Marcelinho decepcionou de novo; o Luizão pode ter roubado a corinthianidade dele (todo mundo também sabe que o Marcelinho é um corinthiano naturalizado, postiço).

Apesar de tudo, de sua partida medíocre, o Marcelinho deu sua contribuição ao jogo naquele passe para o Kléber, na linha de fundo, empurrar a bola na cabeça do Herói (Luizão). Ele também correu um tanto, mas faltou participação. Marcelinho não foi sombra do que ele costumava a ser nas horas de decisão. Vampeta enfim parece recuperar a forma de seus melhores dias. Ele apoiou muito bem, marcou, conduziu o time à frente ao mesmo tempo que fechava o meio. Ele e sua pose de Mariane, de peito aberto, chamando o povo à marchar sobre o exército inimigo.

Amigos, temos que tirar o chapéu para o Ricadinho, o nosso Ricardo Coração de Leão. Ricardinho tem a sutileza de um pequeno gênio. Ele enfia as bolas em espaços que parecem se abrir por causas finais. Isto é, suas bolas parecem predestinadas a se encaminhar para o único destino que elas podiam ter. Em suas jogadas nada parece acaso. Tudo parece destino. O segundo gol de Luizão hoje nasceu de uma jogada que parecia que ia dar errado, mas quando vi que Ricardinho continuava com a bola dominada depois de "aparentemente" ter errado dois chutes, eu me tranquilizei; entrou em ação as causas finais, a finalidade das bolas de Ricardinho. Aliás, sua perna esquerda anda suprindo a falta das duas pernas do Marcelinho.

Mas o personagem do jogo foi realmente o nosso Camisa Nove. Luizão ia à frente cabecear e, menos de trinta segundos depois, lá estava ele no meio de campo combatendo o volante adversário. Ele cruzava da lateral esquerda, e cinco segundos depois lá estava ele lutando pelo rebote. Chuta, bate, apanha, levanta e bate de novo (raça pura).

É sabido que centro avante não sabe fazer falta. Qualquer entrada de centro avante na marcação parece um golpe de Bruce Lee. Mas com o Luizão isso é ainda pior. As faltas que ele faz dão a impressão de que ele está cometendo uma espécie de crime hediondo, de tortura com requintes de crueldade. Quando a vítima faz cena aí então é um Deus nos acuda. Ele pode muito bem passar por um Menguele, um carniceiro. Daí não deu outra. Chuveiro aos quarenta e cinco do segundo tempo, depois de ter feito os dois gols da partida; depois de ter dado meia lua no zagueiro, de ter metido de baixo da saia do volante, de ter marcado como Rincón, de ter corrido como Edílson, de ter cruzado como Marcelinho, de ter cabeceado como Guilherme, de ter apanhado como Jesus à caminho da cruz. Só que Luizão, ao contrário daquele, não ofereceu a outra face.

Amigos, nesse domingo, aos dezenove dias do mês de dezembro do ano do Nosso Senhor de hum mil novecentos e noventa e nove sobrou mais de quilo de Luizão.

Pseudo Nelson Rodrigues
19/12/1999
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