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Artigos-->O CAVALARIÇO E O CANTOR -- 15/04/2001 - 11:04 (MARCIANO VASQUES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CAVALARIÇO E O CANTOR



“AFONCIO, O MIGRANTE SOLITÁRIO”



A maior tristeza do sertanejo é quando se encontra em terra distante, diz a principal canção do primeiro Cd de Afoncio Rodrigues, um sertanejo que canta, um migrante longe da poeira do seu sertão, que, entre outras coisas, já participou de um festival em Irecê, Bahia, no qual conquistou o primeiro lugar, e, no ano seguinte, 1978, em Salvador, ficou em segundo.Cantou na rádio Difusora de Sergipe, em Aracaju, num desfile em Sergipe e numa missa do vaqueiro em Simão Dias e Lagarto.Um aventureiro sonhador, um lutador buscando sucesso, expressando no canto o amor, a dor e a saudade de viver longe do pedaço que é o seu universo.

Afoncio reencontra a alegria na poesia, transformada em canções que refletem a forma simples de ser e viver. Na plenitude da saudade, o novo cantor concedeu esta cativante entrevista para o IMPRENSA DA ZONA LESTE.

Nascido na fronteira da Bahia com Sergipe, cresceu regado pelas dificuldades, sem jamais os sonhos abandonar. Os olhos brilham ao recordar dos desafios ao vivo, com vaqueiros da região de Poço Verde.Era um mocinho talentoso quanto partiu para Irecê, para viver numa fazenda, onde continuou a juntar os amigos em torno do seu canto. Reencontrou as mesmas dificuldades -velhas companheiras da estrada repleta de pedras, mas o olhar perdido no horizonte entardecia sonhando:sabia que tinha algo para conquistar!

A moçada gostava dos desafios.Um dia recebeu das mãos de um caminhoneiro uma carta da família, voltou emocionado, e depois, não teve jeito, movido pela esperança, partiu para São Paulo.

Aqui trabalho no Jóquei Clube, como cavalariço. Enquanto cuidava da manutenção dos cavalos,alimentava o seu belo sonho de cantar.

Afoncio fez de tudo um pouco.Sofreu um grave acidente, foi viver em Guarujá, encontrou um amigo paranaense que um dia partiu, teve sérios problemas de saúde, trabalhou em firmas, e, confessa, ficou, desde que chegou, com vergonha da cidade grande.

Começou a fazer música, -que chama de brega- , compôs rock, entrou numa escola de música, tocou algum tempo numa banda, o bravo nordestino.

Nas suas andanças literárias, cantou em igreja evangélica, na Pracinha de Itapema, em Guarujá, no Arthur Bar, em Itaquera, na casa de show Maragancava, no centro de São Paulo, e até numa creche já se apresentou, aplaudido com entusiasmo pelos funcionários e pais da Creche Jardim Ruth.

Então, definitivamente, começou a escrever música sertaneja.Canta e toca violão, a timidez do tamanho do talento.Agora surge com o seu cd. Imigrante Solitário (Como se no estrangeiro estivesse!), uma canção chorosa, uma guarânia a nos transportar para o seu mundo de serenatas, paixões e corações que lamentam distâncias.

A outra música, intitulada Disse Me Disse , é um bolero bem humorado, que fala das coisas da vida, vividas pelo compositor.

Embora pareça confessional o seu canto, a sua inspiração envolve muita gente, o que ele faz é colocar nas melodias a historia e a vida do povo, da sua gente, das pessoas simples que vivem o mesmo drama da saudade da terra. O que acontece com ele não é exclusivo, é a dor de muitos. Com a consciência disso Afoncio segue cantando.Tem escolhidas 15 canções inéditas para gravar.Seu objetivo imediato é o rádio, um sonho difícil, mas tem a fé do cantor, que embala os seus passos.

Voz macia, aveludada, suave, assim vai Afoncio Rodrigues, filho da Bahia aqui nesta terra distante.Canto sertanejo, versos simples falando das maravilhas de uma terra que atualmente parece impossível para ele. A sua música, IMIGRANTE SOLITÁRIO, afirma que a “Felicidade ficou lá no meu sertão”. É a canção nº 23 da sua produção, e abre o seu primeiro cd.

Gostoso ouvir Afoncio Rodrigues, melhor ainda conhecer um ser humano transparente, movido pela beleza que nasce e floresce na simplicidade.





MARCIANO VASQUES

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