Deusa
(Lhenrique Mignone)
Deusa, porque não deixas este Olimpo que te encarcera
e, como simples mortal, eternamente vivas a meu lado,
vivendo a vida de sonhos, realidade de meras quimeras
que juntos vivemos um dia, jovens, então apaixonados.
Por que, como Raquel, me condenas, Jacó, a viver assim,
por tanto tempo, servindo aos Labões, nos braços de Lias
a quem não amo, quando teu abraço e regaço é tudo enfim
que reclamo, se és a musa que aguardo, minha estrela-guia.
Bem o sabes, desde o primeiro instante em que nos vimos,
as primeiras carícias, ao primeiro inesquecível beijo terno,
que para sempre estaria em nossas vidas o que sentimos.
Por que me condenas a viver assim, eternamente desolado,
só, sem o calor de teu corpo, definhando neste inverno,
sem a paz de teu sorriso, sem mais te sentir a meu lado!
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