Era uma vez um pobre jogador, de um longínquo-país-distante, que sonhava viver como um Príncipe nas "Alábias". Para tanto se esforçava e, treinava e, jogava e, nada ... Cada dia via mais longe o seu objetivo.
Quando se transferiu do "Tasco LaGrana" para o "Flamendingo", viu uma luz no fim do túnel de acesso ao campo e se arremessou para ela, sendo atropelado por uma motocicleta.
Aproveitou o "aicemdente" e pensou: "É Angola ou Terra do Nunca". Vou correr atrás do meu sonho, na primeira padaria que aparecer e me mandar. Meio na dúvida procurou uma cartomante para ler o seu futuro, mas como ele não tinha dinheiro, a "adivinha" o mandou se "Qatar", e ele foi.
Aproveitou que os "CarTolos" do Flamendingo, estavam brigando, uns com outros, para ver quem pagava a conta, dos salários atrasados dos jogadores e pediu para ir ao banheiro, o que lhe foi prontamente concedido. Só esqueceu de dizer que o sanitário era lá no "Golfo Pérfido", bem na "Pénaínsulina Alá-Bica"
Chegou na praça central e, aos plenos pulmões, gritou:
- Sou jogador de futebol do "Reino Desunido da Brazilàndia" e quero jogar neste país.
Imediatamente apareceu-lhe, os "Vendilhões do templo", compradores, camelós, o FMI, "Empeságios", todos falando ao mesmo tempo, pior que na "BOAVESPA", até que num lapso de segundo antes de começar a pancadaria, surgiu a figura imponente e impotente (dar conta de mais de cem esposas esgotou o "Fominha") do Sheik, de morango, conhecido também por Abdolar Omã, dirigente do time "Al Vacra", que do alto do seu dromedário, aquele camelo de um assento só, esbravejou uma "pá" de sons inteligíveis para nós ocidentais, mas que queria dizer mais ou menos assim: "Sumam ou morram". Advinha o que eles fizeram!?
Como num passe de mágica, de um gênio local, sobraram na praça somente o Sheik Abdolar e o nosso "zégueiro" Fabricando Etter. Abdolar olhou bem para Etter e com sua lábia comerciaria, que lhe deu vários títulos no Mercado Negro, propós:
- casa, comida, roupa lavada e um milhão por mês, vai ???.
Os olhinhos brazucas de Fabricando Etter, se iluminaram, com as cem lamparinas que o Gênio fez aparecer e de joelhos reverenciou o Sheik por três vezes, o que significava ter concordado com todas as condições do dirigente oriental. Meio anuviado, sem qualquer trocadilho, pelas dezenas de odaliscas que bailavam ao seu redor, exalando mirra, benjoim, alfazema e "cheirinho da loló", acabou assinando o contrato escrito em goma-arábica, que o prendia, literalmente ao "Al Vacra".
Pensando estar sendo conduzido ao "Campo de Treinamento", nem se incomodou quando toda a comitiva se foi, sem lhe dizer mais nada e, no seu lugar apareceu um "Negão" 3 por 2, com uma cobra enorme, numa das mãos, que lhe servia de chicote. Atrás dele estavam umas quatro dezenas de malfeitores, mais feios do que a fome no nordeste. O "Zulu", esperou o espanto do Etter passar e, acabar de urinar nas calças, para vociferar com sua voz megafone:
- Nós ser Ali Babaka e os 40 Lerdões. Eu - Treinador do Time. Eles - meus "auxiliar". Fazem parte da "Comessão" Técnica. Jogar bem - ter comida. Jogar mal - ser comida, e eles gostam de comer bem devagarzinho, daí o nome.
Etter, agora acordando do sonho alucinógeno, tentou protestar, mas o máximo que conseguiu foi exigir pagamento adiantado.
O "Carrascão", chicotiou ou, "cobratiou" o chão com toda a raiva que seus seis metros quadrados podiam acumular e trovejou alguma coisa em direção a uma tenda do MST que estava ao lado. Dela saiu uma figura tétrica, gorda e muito ignorante, parecida com o "Burrico Miranda", que foi logo sussurrando por entre os dentes de ouro:
- Que seja importante, pois interrompeu minha conexão com os bancos suíços.
- Quero ir embora. Não fico aqui nem mais um minuto - desabafou o Zégueiro.
- Isso é impossível - blasfemou a figura disforme do Grão Vizado.
- Tem que haver um jeito. Por favor me ajude senhor - humilhou-se Fabricando Etter.
- Bem, jeito tem - arquitetou o sinistro árabe, aproveitando-se do desespero brazuca - basta trocá-lo por outro jogador. Não precisa ser nenhum craque. Talvez até quem sabe... aquele menino, o Ronaldinho Cicarelli serve, desde que acompanhado pela própria.
- Mas ele é um fenómeno, nunca virá.
- Fenómeno é a sua ingenuidade de acreditar na lábia do Sheik das Alábias. Tá bom, para você não dizer que fui intransigente, aceito somente a vinda da Cicarelli.
- Piorou! Assim não tem acordo. Me de o meu dinheiro que eu quero rescindir o contrato.
- Que dinheiro ?
- O meu milhão de reais!
- Meu caro, acho que você não leu o contrato. O seu salário é de um milhão de "Dindin" Catareanos, que dá, mais ou menos, na sua moeda, uns vinte "Mirreis", que descontando os impostos, você tem que me voltar dezessete e setecentos.
- Tá maluco? Eu não tenho nem um Tostão...
- Tostão? Não... Tá muito velho, agora só serve pra escrever.
- Quero rescindir o meu contrato agora, senão vou me queixar a FOFA.
- Você pode ir se queixar até ao AiaToló, já que aqui não tem Bispo, que não vai adiantar nada. Eu só libero o seu whisky, passaporte, se você pagar a multa rescisória.
- Pra sair desse inferno eu pago qualquer coisa. Pode mandar - disse quase que aliviado, Fabricando Etter.
- Você quem sabe! - deu de ombros o Grão Vizado - Alibabaka, mande seus quarenta Lerdões, enclausurarem este infiel no harém do Sheik das Alábias, onde deverá servi-lo como esposa por "Mil e Uma Noites"
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