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Artigos-->UM CÍCLOPE -- 06/12/2002 - 23:53 (JORGE LUIZ GOMES DOS REIS) |
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Quando eu me tornar maduro e zen
Nunca mais direi jamais
Saberei de meus pés
Não sonharei com as azas
Esquecerei o cigarro e a fumaça
Andarei dez metros sem carro
Gostarei mais de casa
Quem sabe até artesanato
Fabricar meu próprio destino
Enganar a Deus e aos seus
E trocar a rota dos trilhos
Para mim e para os meus
Amigos, amantes e amores
Que constróem a minha atmosfera
De dores, flores e cores
Vivendo como quem tem pressa e espera
Que a lua engravide de um sol rapaz
Dando luz a uma estrela a mais
Pra que a vida cante mais alto
E me tome de assalto
A ponto de ver o teu pulo
Tocar a copa das árvores
Pra nos dar o ar mais puro
E frutos por onde flores
Quando eu me tornar maduro
Começarei a perceber as flores
Descerei de cima do muro
Pra ver de perto o palco e os atores...
Que encenam a vida esquecida
Nesse corre-corre de metrópole
Onde as emoções são destorcidas
Como a visão de um ciclope medíocre ...
Que enxerga com um só olho
Que não tem a esperança dos sonhos
Eu ainda os tenho, ainda que ache estranho
Continuo vendo, vivendo e compondo...
PARA FERNANDA MONTENEGRO |
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