O povo precisa tomar posicionamentos, somando os esforços de jornalistas e das instituições decentes do país, para evitar aberrações como a "Lei da Mordaça", que está sendo proposta no Congresso Nacional.
Em Rondônia já não precisam se preocupar, pois a lei já foi aprovada, antes das eleições. Segundo me consta, apenas o deputado estadual Mauro Nazif foi contra.
Talvez o Congresso Nacional esteja copiando os erros de Rondônia.
Para quem não conhece, como o grande público dos rincões de Rondônia e Acre, a famigerada lei impede(desde quando exprimir o que pensa é crime?) que os procuradores ou membros do sistema Judiciário passem informações para a imprensa sobre investigações em curso. Serve apenas para proteger grandes corruptos na prática.
Ladrão de galinha pode ser investigado, exposto na mídia e ter sua vida devassada a vontade.
Como se vê, uma lei elitista, com resquícios de saudade da ditadura militar. Os mesmos artifícios fascistas de sempre.
Segundo a edição da Folha de São Paulo de 24/03/2002, o procurador-geral de SP, Luiz Antônio Guimarães Marrey, é um dos homens que se posiciona contra o absurdo, mostrando que a sociedade precisa de clareza, não de obscuridade em relação a temas polêmicos como a divulgação de informações.
Luiz concedeu à repórter Liege Albuquerque longa entrevista na qual abordava o tema, entre outros.
O texto da lei fala em proibir juizes, procuradores, promotores e policiais de dar declarações quando houver risco de ferir a imagem e a honra do acusado.
Para o juiz , a luta contra a Lei da Mordaça deveria ser em conjunto com a sociedade. Diz que seu sentimento é de repúdio: "É um projeto de lei destinado a calar os membros do Ministério Público. E tem efeito negativo para o interesse público. Não se trata de uma vaidade pessoal."
Sobre a discussão adiantada da lei, o procurador diz esperar que "o Congresso se sensibilize para a gravidade do problema e não aprove esse projeto".
Quem quiser acessar a reportagem na íntegra deve procurar o site www.igutemberg.org.br
Quero apenas estabelecer a discussão sobre mais uma tentativa da sociedade brasileira conservadora e temente da justiça tentar bloquear o conhecimento das entranhas da própria sociedade.
Um povo que esconde sujeira debaixo do tapete não só abre mão do direito à liberdade como tende a se tornar com o tempo um grande cortiço de almas penadas.