Elane Tomich
As ondas engolem endereços,
frascos lançados ao mar
de gente que paga o preço,
de adiar o entendimento
do que não tem nem fim nem começo,
e está do lado de lá.
Há um farol, compartimento
de espera, dos sonhadores
que acham que, do outro lado
há uma luz sonegada
onde poucos têm chegado,
para sonhar o sonhado.
Do farol, nos bastidores,
um sábio alivia dores,
pois, todos os navegadores,
de mil sonhos, portadores,
querem um porto seguro
para sonhar o futuro.
Querem um ponto absoluto
sem movimentos, sem riscos,
sem variáveis de erro,
pois, apagada a faísca,
dos tubarões viram isca
e o sonho vira desterro.
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