Senhor meu Deus! Onde posso encontrar a paz tão desejada?
Ando pelas ruas dessa grande cidade, correndo, assustada...
Os carros são tantos! O barulho também, a fumaça e demais poluição
Embaçam os olhos lacrimejantes e opacos
Retardando o lento caminhar
Deus, o que faço agora? Moro sozinha, numa casa de esquina
Onde ladrões ficam a espreitar... Tiroteios acontecem a todo instante
Policiais contra traficantes, um inferno! Vidas inocentes a ceifar
A idade pesa um pouco, como pouco é o dinheiro para pagar e comprar
Comida, remédios, roupa, aluguel, transporte
E a aposentadoria? Ah! Essa não dá!
Caminho, caminho... As pernas bambeiam, as mãos tremulam
Os tiros estrondam, me abaixo e me levanto
Dói todo o corpo envelhecido e grito, ainda estou viva! Oba!
Sigo andando...
Senhor Deus dentro de casa também há terror sem trégua
O “abaixa e levanta “é o exercício que faço forçado e revela
O perigo que ronda e o barulho que amedronta
Os dias e as noites em uma determinada favela
Onde encontrar a paz?
Lurdinha Dantas
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