Quem sabe a Deusa do amor
Seja aquela com quem te deita
Aquela irracional,
Que acorrenta o prazer,
Alucina-te e te envolve
Não apenas por instantes
Mas por tudo que se quer.
Ela é a mulher que te surpreende
Ela é aquela que te engole inteiro
Ela é a que te excita e consome.
E se te abocanha
É por que te olha
E se comprime
É por que deseja.
A língua que fala
No falo sem língua
Que abate e tortura
O dia que expele.
Tremer sem domínio
O corpo sem dono.
Gozar sem contido
O último sentido.
Alimento divino
Transferência da alma
A boca faminta.
À cada dose
O pensamento
Em cada gole
A comunhão.
Ajoelhado eu rezo
Todo prazer contido
Agora consumado
Pela tua fome de ser.