Hoje estou aposentado. Sim, meus queridos irmãos e irmãs. Tenho uma casa confortável. Um carrinho se não zero bala, pelo menos bem novo ele é.
Minha mulherzinha, coitada simplória do jeito que é veio lá da São Paulo. Não me lembro bem de que bairro, mas é de Sampa. Que moral né?
Saco de computador que é uma barbaridade. Entendo quase tudo. Também pudera não faço outra coisa além de lidar com isso.
Faço gravações, instalo vírus e combato malfeitores.
Sim meus irmãos. Fui da milícia. Dei meu tempo para a sociedade dessa forma: de armas em punho coloquei ordens naqueles galinheiros todos.
É certo que remetí aos infernos muitos vagabundos.
Para que possas ter uma noção da limpeza que promoví quando na ativa, basta dizer que mais de dez deixaram esta terra do Senhor por minhas mãos.
Tenho minha cadelinha fiel. Ela é branquinha e preta.
Ainda me recordo com saudades daqueles tempos bons em que, com um revólver bom nas mãos, vagau
nehum botava banca. Não no meu bairro.
Hoje é tudo mais diferente. As forma de controle são indiretas. Não se pode chegar junto. Expor com clareza nossas antipatias.
Prefere-se pressionar o filho do acuado no trabalho do que lhe fazer ver ostensivamente que não é desejado no trecho.
Mas nos meus tempos de quartel, amigo a coisa não era fraca assim não. A gente fazia acontecer mesmo. O pau comia. Vagabundo não punha a cara não.
Nós, milicos nos reuníamos depois do serviço e em bicos, mandávamos ver pancada na malandragem.
Bem vocês me dão licença? Tenho que fazer uns exercícios e levar a cachorra passear. Depois vou lavar meu carro e ouvir as novas fofocas da vizinhança. Como tem nego chato nesse mundo não?