Usina de Letras
Usina de Letras
156 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->VIDA DE MASCATE -- 04/11/2008 - 19:35 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um incidente na fábrica me trouxera uma fagulha de esperança... Quem sabe, um lampejo de sorte: trabalhar por conta própria. Comuniquei a alguns amigos que havia me demitido da Nitro-Química. Um deles ergueu a voz:
- Quer ganhar dinheiro? Vamos mascatear em Goiás! Comece seu negócio. Se não der certo, volte a ser o operário de antes. Se topar, viajaremos amanhã mesmo. Não se preocupe; sei tudo que precisa comprar pra vender em Goiás.
Preparei minha modesta banca, que consistia apenas em dois cavaletes e quatro tábuas. O ponto, relativamente estratégico, ficava entre o restaurante e uma farmácia, defronte à estação rodoviária de Ceres. Ali, expus minhas quinquilharias.

A experiência foi favorável; pouco tempo depois, voltava a São Paulo para repor meu estoque. Um dia, porém, surgiu um cidadão e perguntou:
– Aí, cabra, você tem relógio bom?
– Tenho sim, senhor. Tenho três marcas; o senhor pode escolher.
– Quanto custa este? – perguntou ele, sacudindo uma das peças.
– Um mil e oitocentos cruzeiros.
– Vai vender pra quem com essa porcaria desse preço?!
– Pra quem quiser comprar... – respondi.
– Você vai aprender a respeitar uma autoridade, cabra!
Virou-se de costas e saiu. Voltou depois, numa viatura da polícia, com um sargento e um soldado. O sargento perguntou ao, então, militar à paisana:
– O rapaz é esse? – Apontou para mim.
– É; é ele mesmo.
– Você está preso por desacato à autoridade.
Nesse instante, passava um garoto por ali e, percebendo a situação, foi correndo avisar ao dono do hotel.
– Pai, o mascate está sendo preso.
– O sargento Melquíades está na viatura?
– Está!
– Vá lá e diga pra vir aqui antes de prender o mascate.
O sargento atendeu ao chamado do hoteleiro, e os dois conversaram por algum tempo.
– Seu padrinho é forte; mas, se você der bobeira, eu te pego na virada.
Mal a viatura afastou-se, o hoteleiro disse-me:
- Vá embora daqui. Você não sabe o que pode acontecer. Corre risco de vida!




LIMA, Adalberto; SILVA, Francisco de Assis Lima. Fagulhas e Lampejos"



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui