Domingo
Izabel da Rosa Correa
A chuva de ontem brinca de balanço
num galho, num fio, num canto.
Minha alma, pássaro sem bando,
ocupa a rua, ganha o espaço.
A garoa acarinha a pele,
ensopa o pensamento.
Respiro o vazio, acalmo o passo,
acordo sombra e cansaço.
A solidão é licor doce e denso
embriago-me em silêncio.
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