CELAM ao lado dos bispos venezuelanos após ataques
Episcopado sofre represálias por se manifestar sobre a reforma constitucional
CIDADE DO VATICANO, domingo 11 de novembro de 2007
ZENIT.org
A presidência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), no mesmo dia em que se reuniu com Bento XVI em Roma, essa sexta-feira, enviou uma carta de solidariedade aos bispos da Venezuela diante dos ataques que o episcopado sofreu após expressar sua opinião sobre o projeto de reforma constitucional.
A carta, enviada a Dom Ubaldo Santana, arcebispo de Maracaibo, presidente da Conferência Episcopal da Venezuela, apóia a exortação «Chamados a viver em liberdade», emitida pelos bispos venezuelanos no dia 19 de outubro, para «iluminar, a partir de uma avaliação ética, o parecer e a decisão que sobre o projeto de reforma corresponde aos venezuelanos assumir, em assunto de tamanha importância para o presente e o futuro do país».
O documento qualifica de «inaceitável à luz da Doutrina Social da Igreja» a reforma constitucional que o presidente Hugo Chávez está lançando.
«Não obstante o tom construtivo e o interesse em contribuir que a exortação dos senhores traz de fundo – afirma a presidência do CELAM –, temos visto que desde alguns setores se lançam ataques e impropérios que buscam denegrir a menosprezar a opinião manifestada, e, mais ainda, questionam o papel de pastores e guias que os bispos têm perante seus fiéis».
Por isso, a presidência do CELAM, guiada por Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida, manifesta sua «mais absoluta solidariedade e espírito de acompanhamento nesta hora que, como Igreja na Venezuela, e como sociedade em geral, estão atravessando».
«Pedimos a Deus seu auxílio e sua luz para que os que têm a missão de orientar os destinos de seu país saibam escutar todas as vozes que se manifestam em função da reforma constitucional lançada, e em um clima de tolerância e diálogo, possam buscar os caminhos mais idôneos para conduzir essa querida nação pelo caminho do desenvolvimento com justiça social», afirma a presidência do CELAM.
«Também pedimos a Deus Todo-Poderoso que siga animando e fortalecendo o papel profético que como pastores têm de lançar neste momento e saibam orientar o povo de Deus pelo caminho da paz», acrescenta a carta.