Na crueldade,
a espada molhada.
Na oracao poetica,
a ontologia perdida do poeta.
No pincel que se desmacha,
a forca do pintor.
No livro de capa dura,
o escritor que sofre feliz.
Barriga aberta,
o figado comido,
No minuto seguinte,
a reconstrucao do filosofo.
Do carro ao longe,
a distancia que cega.
Na duvida,
o aperto no peito.
Do amor entre,
dois corpos.
Da terra a minhoca,
a boca aberta do peixe .
Dos abracos abertos,
a facada nas costas.
Dos labios da prostituta
tudo vale amem. |