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Poesias-->PERCALINA VERDE-DRUMMOND -- 18/09/2009 - 14:02 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O trem de ferro sai do Rio de Janeiro levando a encomenda do Coronel: doze volumes encadernados com percalina verde-drummond. Verde a mata, longes horizontes, sonhos embalados na caixa de pinho. Passa a mata, passa o tempo, passa o vento na janela. O vagão sacode a caixa revestida de alumínio. Se a coleção não chegar incólume ao destino, o coronel não paga a conta.



O menino franzino espera ansioso. O burrinho pega a caixa na estação e rompe mata adentro gerais a fora, levando um universo no lombo - um assombro: ninguém por ali tinha uma biblioteca tão grande. Burrinho não sabe ler, ainda assim, dissemina a cultura na cidade de ferro. Foi ele o responsável pela formação acadêmica do menino franzino que me ensinou a escrever.



Verde a mata, longes horizontes, sonhos encadernados em percalina verde, embalados numa caixa de pinho. Mata verde, percalina verde, burrico alazão leva esperança para o menino. Tudo trancado, inviolável. Só que tem a chave do saber abre as janelas do mundo: o olho mágico de Osíris e a beleza nua de Vênus abraçada pelos tentáculos da Medusa. Tudo isso numa caixa de pinho.



Numa caixa de pinho vêm os sonhos e se vão. Pela janela do último trem, vê-se um rosto pálido no esquife. Finda a saúde, as lembranças são guardadas em ataúde. Plantado no campo santo, o poeta espera tanto a ressurreição dos mortos, quanto a consagração da poesia. Passa a vida, passa o tempo, passa o vento. Passa o trem da morte todo dia, mas as palavras não passarão.



...



NOTA DO AUTOR



Este poema em prosa faz parte do livro "ÚLTIMO SOL" e concorreu em 2009 a uma Bolsa para Autores, através de concurso disponibilizado pela Biblioteca Nacional(Brasil). Não ganhou sequer um prêmio-consolação. Alguma coisa do tipo:"Sua obra não foi contemplada com a bolsa para autores, mas é um bom trabalho...continue".



"ISSO É UMA VER - GO - NHA !"



PS





"PERCALINA VERDE-DRUMMOND", foi, poseteiromente, reclassificada como prosa poética e publicada em novembro de 2009. Recebeu do Projeto Delicatta IV o prêmio de melhor crônica.



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